Investigações sobre desvios na compra de ambulâncias por prefeituras se arrastam há doze anos.
FELIPE PONTES
DA AGÊNCIA BRASIL
O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, no último dia 27, denúncia contra o senador Wellington Fagundes (PR-MT), tornando-o réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso conhecido como Operação Sanguessuga, cuja investigação se arrasta há 12 anos.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Fagundes participou do esquema de desvio de recursos da área de saúde entre os anos de 2001 e 2006, quando era deputado federal, e destinou emendas parlamentares para a compra de ambulâncias superfaturadas da empresa Planam por municípios mato-grossenses.
Para a relatora, ministra Rosa Weber, a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) foi bem-sucedida em estabelecer a “relação causal” entre o cargo ocupado por Fagundes e as vantagens indevidas que teria recebido.
Ela foi seguida pelos ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Marco Aurélio Mello. Em sustentação oral durante o julgamento, a defesa de Fagundes classificou a denúncia como “vaga”.
Para o advogado Marcelo Bessa, o MPF não conseguiu fazer a ligação entre os recursos supostamente ilegais movimentados pelo parlamentar e o caso de corrupção.
O esquema de fraudes a licitações de compra de ambulâncias foi revelado pela Polícia Federal em maio de 2006 com a deflagração da Operação Sanguessuga.
As transações ilegais seriam lideradas pelos sócios da empresa Planam, com a suspeita de envolvimento de mais de 80 parlamentares.
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