PF manda ao STF documentos apreendidos citando novas autoridades de MT

Foto: Reprodução

Buscas e apreensões feitas pela PF em setembro do ano passado acharam novos inídicios

A Polícia Federal em Mato Grosso encaminhou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, cópias de documentos apreendidos na “Operação Malebolge”, que foi a 12ª fase da “Ararath”, que envolvem autoridades que só podem ser julgadas na própria Corte como deputados federais, senadores ou ministros de Estado.

No entanto, além de autoridades com foro no STF, podem haver documentos sigilosos envolvendo outras autoridades do Estado, já que Fux mantém centralizadas com ele todas investigações da “Operação Ararath”, iniciada em novembro de 2013.O ofício que informa a remessa das provas foi assinado pelo delegado da PF Wilson Rodrigues de Souza Filho.

Os dados foram enviados no dia 28 de junho deste ano. “Encaminho, por dever de ofício, cópia integral do auto de apreensão lacrado em invólucro de segurança para conhecimento e providências julgadas pertinentes por Vossa Excelência, uma vez que aparentemente menciona nomes de pessoas com foro perante essa Suprema Corte”, diz trecho do documento.

A investigação realizada na “Operação Malebolge”, deflagrada pela Polícia Federal em setembro de 2017 e que cumpriu mandados nos Estados de Mato Grosso, São Paulo e Distrito Federal, tem como base os depoimentos de delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (sem partido) à Procuradoria-Geral da República (PGR). Entre os fatos investigados estão esquemas milionários de pagamentos de propinas para deputados estaduais e conselheiros do Tribunal de Contas (TCE-MT) em troca de apoio político.

Luiz Fux é o relator no STF da “Operação Ararath”. Na decisão que autorizou sua deflagração, ele afirmou que a corrupção está “enraizada” em Mato Grosso.

Além dos depoimentos de Silval Barbosa, a “Malebolge” também teve como base a delação premiada do ex-chefe da Casa Civil da gestão do ex-governador, Pedro Nadaf, que também firmou o acordo junto à PGR. “A prática de exigir propina como condição para aprovação de contas pertinentes a obras públicas relacionadas a projetos políticos de interesse do Governo Estadual não consistiu em uma conduta isolada, mas sim em forma sistemática de conduta adotada ao longo de seu mandato, inserida num amplo contexto de práticas corruptivas que se encontram enraizadas em diversos segmentos institucionais do Estado de Mato Grosso”, disse Fux.

Luiz Fux classificou, ainda, o acordo de colaboração do ex-governador como uma “delação monstruosa”. Silval disse que pagou R$ 53 milhões em propinas para conselheiros do TCE-MT como forma de conseguir pareceres favoráveis as contas de sua gestão no Poder Executivo de Mato Grosso, onde ocupou a chefia entre os anos de 2010 e 2014.

O ministro do STF disse que o afastamento dos conselheiros era necessário para evitar a prática de “novas infrações”. Todos conselheiros negam as acusações feitas por Silval, Nadaf e ainda o ex-chefe de gabinete no palácio Paiaguás, Sílvio César Correa.

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