A eleição da internet e do smartphone

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Por mais que as eleições presidenciais anteriores tenham sido disputadas, há muito tempo não chegávamos a uma véspera de votação num clima tão polarizado e, pelas circunstâncias, sem ter a oportunidade de assistir ao embate entre os dois principais colocados nas pesquisas. Bolsonaro, convalescente da facada que levou em plena campanha, não compareceu aos debates, mas está na dianteira. Haddad, que espera arrebatar votos transferidos do encarcerado Lula, sofre o ataque de Ciro, Marina e Alckmin, que ainda sonham em abiscoitar a segunda vaga para concorrer com o capitão no segundo turno. Ainda há o esforço dos bolsonaristas para liquidar tudo já neste domingo, atingindo 50% mais um dos votos válidos.

A internet e as redes sociais nela residentes constituem o grande diferencial do momento. Até as eleições anteriores, o rádio e a TV eram a grande força de divulgação das candidaturas e da disputa entre os candidatos. Hoje esse lugar é ocupado pela internet, onde as máquinas de campanha mobilizam os eleitores e simpatizantes e estes fazem a multiplicação das mensagens em altíssima velocidade. Tanto que Geraldo Alckmin, o dono da maior fatia do horário gratuito de propaganda, está com modestos 8%, em quarto lugar nas pesquisas.

Além de toda a rede de computadores fixos, que tem acesso à internet, a população dispõe hoje dos notebooks e dos smartphones. Segundo recente levantamento do IBGE, 138 milhões de brasileiros possuem os telefones inteligentes, transformado em sonho de consumo da população nos últimos anos. É por ele que os eleitores de hoje agitam suas preferências na disputa. Só nos últimos dois meses, todos nós tivemos a oportunidade de assistir ou até ter amizades eletrônicas rompidas por conta da divergência eleitoral exacerbada. Por certo, parte delas se reatarão após as eleições e outras, não. É o imperativo do novo tempo onde as redes eletrônico-digitais unem (e desunem) a população.

No próprio interesse, no entanto, o eleitor deve considerar que a mídia impressa – especialmente os jornais – ainda é a grande fonte de informação segura e orientação ao eleitor. Os jornais têm cumprido um grande papel como veiculador das noticias (boas e ruins) sobre o processo eleitoral e seus candidatos. E o mais interessante: também são acessados através da internet e do smartphone, o que os coloca nas mãos de toda a população, independente de classe social. A essa altura dos acontecimentos, espera-se que o eleitor compareça para votar, e o faça consciente e da melhor forma possível…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 

aspomilpm@terra.com.br      

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