A segurança, na posse e para o povo

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

A notícia do sofisticado esquema de segurança para a posse do novo presidente é a demonstração de que o país realmente está mudando. A polarização e o inconformismo político resultantes dos últimos anos fazem com que, em lugar da festa tranquila, tenhamos um evento cercado, entre outras coisas, por grandes restrições e ampla zona de exclusão aérea onde qualquer aeronave não autorizada que penetrar poderá ser abatida. Caças supersônicos, tanques, tropas e muitos agentes controlarão a área, dividindo o espaço com as 500 mil pessoas esperadas na Praça dos Três Poderes. Apesar das as restrições, o clima é de esperança  maior do que a verificada em posses anteriores, pois, naquelas oportunidades, o país não havia ido tão ao fundo do poço quanto nos últimos tempos. Observe-se, ainda, que antigamente não havia engenhos – legais e ilegais – tão potentes e eficientes quanto os de hoje e não se conhecia no país grupos relacionados ao terrorismo internacional como os que hoje se identifica.

Apesar de toda a sofisticação de meios, é importante lembrar que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, foi vitima de atentado em plena campanha eleitoral, através da facada desferida em seu abdome, o mais antigo e simplório meio existente para se matar uma pessoa. E ainda mais: mesmo o autor tendo sido preso, passados quase quatro meses, ainda não são conhecidas concretamente a motivação e, principalmente, supostos comparsas, mandantes e financiadores tanto do ato quanto da defesa do agressor.  Os brasileiros exigem o esclarecimento.

A população votou na mudança e espera que comecem por duas delas. O estancamento da corrupção que apodreceu os últimos governos a ponto de levar ao cárcere  seus componentes e ter dezenas de outros sob mira judicial, e a volta da segurança que garanta o direito individual de ir e vir. É de se aguardar que o arsenal colocado nas mãos do ministro Sergio Moro seja capaz de alavancar um novo estado de ânimo. Que o governo federal tenha condições de apoiar os estaduais, responsáveis pela segurança pública, para  devolverem à população pelo menos um pouco da tranquilidade que a impunidade e a hipocrisia roubaram.

As polícias, quando agem em defesa do cidadão vitima do crime, não podem continuar sofrendo represálias como as que se tornaram comuns na última década onde os esquerdistas tiveram trânsito livre para proteger os criminosos e criminalizar os que têm o dever legal de combater o crime. A mesma segurança que vai proteger a posse, por definição, precisa ser estendida a todo o território nacional, guardando o cidadão comum que há muito tempo vive acuado e amedrontado. Esse é o Brasil que todos queremos…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 

aspomilpm@terra.com.br                

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