Mais de 100 municípios de MT não fazem testes de contaminação da água por agrotóxicos
Dos 141 municípios em Mato Grosso, 111 não fazem testes para saber se há contaminação na água por meio de agrotóxicos. O motivo seria a falta de recursos financeiros das Prefeituras. A informação foi dada durante o Fórum Mato-grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-MT), em atuação conjunta com o Ministério Público Estadual (MPE-MT) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Durante o Fórum, foram questionados os limites estabelecidos pela Legislação, que são maiores do que em vários países, além das alternativas para redução do índice de contaminação da água. Como exemplo, foi citado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre as empresas que produzem agrotóxicos e o Governo Estadual ou Municipal, para que seja estabelecido um percentual de redução.
Dados do Ministério da Saúde obtidos e tratados em investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye, revelaram que Cuiabá e outras 29 cidades de Mato Grosso tiveram detectados todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a serem testados.
Desses, 16 são classificados pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas.
Cerca de 7,3 litros de agrotóxicos são consumidos por pessoa, por ano no Brasil. Em Mato Grosso esse nível é muito superior, chega a 64,2 litros por ano por habitante. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2005 foram registrados 95 casos de intoxicação por agrotóxicos e em 2018 esse número subiu para 450 e nos três primeiros meses de 2019 já foram registrados 121 casos.
No fórum esteve presente o professor da Universidade Federal do Mato Grosso Wanderlei Pignati, o promotor de Justiça do Ministério Público Estadual Marcelo Caetano Vacchiano, além do representante do INSS, da Superintendência da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, do Centro de referencia em saúde do trabalhador, dos Sindicatos dos trabalhadores rurais de Cuiabá e Várzea Grande, e do Fetagri.
OLHAR DIRETO/Da Redação
Fabiana Mendes
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