MT tem quatro barragens interditadas por não atestarem estabilidade

Barragem em Nossa Senhora do Livramento se rompeu na semana passada (Foto: Reprodução)

Estruturas ficam em Nova Xavantina e Poconé; três são classificadas por agência como de alto risco

BIANCA FUJIMORI/ Midia News

A Agência Nacional de Mineração (ANM) interditou quatro barragens de Mato Grosso por não apresentarem atestado de estabilidade. A determinação foi divulgada na última quarta-feira (09).

Duas das barragens, que pertencem à empresa NX Gold SA, ficam em Nova Xavantina e são classificadas como alto risco. A terceira, localizada em Poconé, de propriedade do empresário Ismael Ledovino de Arruda, também é de alto risco. A última, também em Poconé, no nome de José João de Pinho Novo, é de baixo risco.

As estruturas em Nova Xavantina são de flotação, onde há separação de minério. Já as de Poconé comportam apenas areia.

A Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) é obrigatória e deveria ter sido enviada até o dia 30 de setembro. No entanto, a ANM entende que, quando não é enviado o relatório, pressupõe-se que a estrutura não tem a estabilidade atestada, por isso deve-se interditar a barragem.

As barragens interditadas e sem DCE estão sendo monitoradas de perto e diariamente pelos agentes da ANM

A agência monitora 423 estruturas que estão inseridas na Política Nacional de Segurança de Barragens e que devem entregar o documento duas vezes por ano, garantindo o nível de segurança dos locais.

Em todo o País, 54 barragens foram interditadas pelo mesmo motivo. Minas Gerais é o Estado que mais teve barragens interditadas, sendo 33 do total. Em seguida, vem Rondônia com cinco barragens e terceiro está Mato Grosso.

“As barragens interditadas e sem DCE estão sendo monitoradas de perto e diariamente pelos agentes da ANM”, disse Luiz Paniago, gerente de Segurança de Barragens de Mineração da ANM. 

Barragem estourou

Uma barragem de um garimpo se rompeu e deixou dois homens feridos na terça-feira da semana passada, em Nossa Senhora do Livramento (38 km de Cuiabá).

Dois funcionários da mineradora – identificados como Luciano Marcio do Nascimento, 42 anos, e Fernando Batista da Silva, 33 anos – tiveram ferimentos leves e foram encaminhados para o hospital.

A região, que abriga quatro comunidades, foi atingida e ficou sem o fornecimento de energia, água e comida.

A barragem que rompeu guardava restos de mineração, proveniente de lavra de ouro, com 15 metros de altura, tinha volume armazenado de 582.171,51 metros cúbicos.

A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que as inspeções regulares nunca apontaram riscos desde 21 de setembro do ano passado.

A empresa também havia enviado um documento garantindo a estabilidade da barragem há uma semana, no dia 25 de setembro deste ano. A declaração foi assinada por um responsável técnico habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA/MT) e pelo proprietário da empresa.

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