Após a invenção da imprensa com tipos móveis pelo Alemão Johannes Gutenberg (1399-1468), o exercício do jornalismo impresso teve participação de profissionais especialistas que se ocupavam exclusivamente da parte técnica.
Com o passar dos tempos e o presumível progresso alcançado pela tecnologia, estes profissionais foram gradualmente substituídos em consequência de avanços que viriam determinar a extinção de alguns ofícios.
Contudo, os bravos guerreiros da impressão – diria Paulo – nunca foram esquecidos; sua importância não foi obscurecida e não o será jamais pela história da comunicação escrita resguardada por sábios vanguardeiros que, ao longo dos séculos, seguem interpretando os anseios da maioria dos povos do mundo e com as mais diversificadas ideologias e obviamente, não se esquecendo de como foi o começo de tudo…
Refiro-me aqui, por exemplo, e com propriedade, ao catador de letrinhas – disse catador de letrinhas… – que, com sua ferramenta à mão (pinça), seguia catando habilidosamente, letra por letra, que ficavam acumuladas, cada letra em sua própria caixa, com as respectivas pontuações… até compor, palavra por palavra, o texto (matéria) datilografada ou manuscrito às vistas do executor do processo de impressão que após concluído, a fôrma era desfeita e as letras voltavam aos seus respectivos quadrados para novas catações…
Este semanário surgiu tempos depois; com a chegada da era do chumbo… e chumbo quente, diga-se de passagem, que chegou derrubando as letrinhas com operações estratégicas, sob o comando do tipógrafo que dirigia a composição da fôrma com a peça de metal fundida com os relevos letrais, pronta para a impressão da matéria tipografada como a que você vai ler a seguir – a primeira edição da lavra de O Guerrilheiro das Palavras por estes lados do Vale do Araguaia, publicada na edição N° 00 de 23 de janeiro de 1988 com o título: “Prefeito é acusado por abuso de poder” e “Nasce mais um esteio na construção desta cidade”, palavra de Paulo Batista quando do lançamento deste jornal.
Concluímos deixando uma sugestão às instituições de ensino para que realizem estudos/pesquisas com seus alunos, se ainda não o fizeram, tendo por tema “A Evolução da Imprensa Escrita”. Quem sabe, até, entrevista com ex-catador de letrinhas e tipógrafo.
Nico Miranda – Jornalista escritor, Anistiado Político
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