Ao correr os olhos pelas páginas enrugadas da História da República Brasileira, vamos nos deparando, ali e acolá, com registros que, às vezes, confundem os próprios pesquisadores da “Ciência que estuda o passado da humanidade e o seu relacionamento com o presente”.
Há cerca de meio século e uns três ou quatro lustros, quando crianças brasileiras iniciavam o estudo da história de seu país, – isto na escola primária –, ensinavam-nas que o Brasil fora descoberto por um português chamado Pedro Álvares Cabral, no dia 22 de abril de 1500, e que recebera inicialmente os nomes de Ilha de Vera Cruz; Terra de Santa Cruz e, finalmente, foram encontrar na madeira cor de brasa, o nome apropriado para as novas terras – Brasil.
Apego ao solo pátrio, consciência dos deveres cívicos, iam sendo introduzidos na mente daquelas crianças, gradativo/didático/pedagogicamente, tendo por foco os Símbolos Nacionais: Hino Nacional e Bandeira do Brasil; cultuados em cada unidade escolar; e uma vez ao ano, impreterivelmente, eram realizadas paradas cívicas com desfiles pelas ruas das cidades – de Norte a Sul e de Leste a Oeste –, com a participação de milhares de pessoas abrindo alas para a criançada passar marchando garbosamente em comemoração ao Dia da Independência do Brasil.
Volvendo as folhas já encarquilhadas também, de A Gazeta do Vale do Araguaia, releio um e outro textos da lavra de O Guerrilheiro das Palavras, dando conta de que “A Pátria do Evangelho e Coração do Mundo”, não tem tido muito tempo para tomar fôlego nestes seus quinhentos e poucos anos, face aos mais diversos fatos que, mesmo considerados irrelevantes a vêm sufocando; como estes a seguir, por exemplo…
Ano 2019. Certo órgão público, com vínculos municipal, estadual e federal, via sua direção, proíbe a execução do Hino Nacional Brasileiro em evento que ali seria realizado.
Alguns meses depois – havia chovido bastante naquele dia –, moradora foi vista, ao adentar em sua casa, limpando as solas enlameadas dos sapatos numa réplica da Bandeira do Brasil, estendida ao solo, utilizada como tapete.
Concluo citando uma vez mais Paulo (o outro), em sua primeira Epístola aos Coríntios, cap. 4, vers. 14: “Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos amados”.
Nico Miranda Jornalista escritor, Anistiado Político
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