Secretaria de Saúde alerta foliões para prevenção contra doenças e infecções transmissíveis

Estado vai distribuir 2 milhões de preservativos aos 141 municípios - Foto por: Marcos Vergueiro/Secom-MT

O uso de preservativos e a vacina contra hepatites são os meios seguros de cuidar da saúde e brincar o carnaval com segurança, orienta a Secretaria de Estado de Saúde

Rose Velasco | SES-MT

O Governo do Estado, por meio da equipe técnica de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estadual de Saúde (SES-MT), começou no domingo (16.02) campanha para o período de carnaval, com foco voltado para a prevenção de doenças e de infecções transmissíveis por relação sexual sem o uso do preservativo ou de outras formas de contatos e de hábitos.

A campanha tem como objetivo destacar a importância da prevenção e do cuidado com a própria saúde, especialmente no período das festividades, para que os foliões brinquem o carnaval com segurança e tranquilidade.

A SES-MT destaca que preservativos estarão disponíveis na rede pública de saúde dos municípios. E para reforçar a prevenção, principalmente no período de folia, o Estado vai distribuir 2 milhões de preservativos aos 141 municípios.

De acordo com a equipe técnica da SES-MT, responsável pelo Programa Estadual de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, HIV/AIDS e Hepatites Virais, a infecção por HIV/AIDS continua sendo um grande desafio para a saúde pública e o diagnóstico precoce é fundamental para as ações direcionadas à adesão, tratamento e acompanhamento dos pacientes.

O vírus da síndrome de imunodeficiência Humana (HIV), que pode evoluir para a doença conhecida como AIDS, é contraído principalmente pela prática de relação sexual sem proteção individual, que nesse caso é o uso de camisinha (preservativo). Mas existem outras doenças e infecções que também representam risco à saúde humana, como a sífilis e as hepatites virais

Segundo a técnica Regina Mary da Silva Nascimento, do Programa Estadual de Controle das Hepatites Virais da SES-MT, a sífilis, assim como o HIV, podem ser evitados pelo hábito de usar camisinha.  No caso das hepatites virais tipos A e B, podem ser evitadas por meio de vacina, disponível nas unidades de saúde pública dos municípios.

As hepatites se caracterizam por inflamação do fígado, podendo ser causadas por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.

Evitar as hepatites A e B é muito fácil, basta tomar as três doses da vacina, usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.

Não existe vacina contra a hepatite C, mas para evitar a doença recomenda-se não compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato com sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes.

 

Dados de MT

Em Mato Grosso, entre os anos de 2011 a 2019, foram notificados 3.376 casos de HIV em adultos. Registro de casos de AIDS apontam 1.580 casos no Estado.

A Vigilância Epidemiológica também registrou em 2019, 449 casos de hepatite do tipo B e do tipo C são 199 casos (dados parciais).

O quadro de sífilis no Estado nas formas: adquirida, congênita ou em gestantes, apresenta os seguintes dados estatísticos do ano de 2019: 3244 casos em gestantes; 3722 casos de sífilis adquirida e 1684 na forma congênita.

Mortalidade em MT

São mais de trinta anos de epidemia instalada no país e nesse período, aproximadamente três a quatro pessoas vivem com HIV e desconhecem seu estado sorológico. É preciso que mais pessoas realizem o exame e conheçam sua sorologia e quando necessário, procurem os serviços de prevenção e atendimento, destaca a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES-MT, Viviane Cardozo Modesto.

Em Mato Grosso durante o período analisado (2011 a 2018), foram notificados 1.620 óbitos tendo o HIV/AIDS; ainda referente aos dados sobre mortalidade por HIV/AIDS em Mato Grosso, em todo o período, observou-se maior frequência (65,2%) para o sexo masculino, enquanto para o sexo feminino verificou-se uma frequência de 34,8% dos óbitos. Outro dado observado foi em relação ao estado civil que apresentou maior frequência dos óbitos para os solteiros (61,0%), seguido pela categoria dos casados (14,5%). Em relação à faixa etária com maior percentual de óbito por AIDS (32,8%) foi dos 35 aos 44 anos de idade, seguida pela faixa etária de 45 a 54 anos de idade com 23,1% das notificações.

SES amplia serviços

Em 2019, a Secretaria de Estado implantou mais seis Serviços de Assistência Especializada (SAE) nos municípios de Água Boa, Nova Canaã do Norte, Itiquira, Primavera do Leste, Itaúba e Marcelândia, ampliando o número de testes rápidos disponibilizados à população, bem como, o tratamento e monitoramento ao HIV/AIDS. Por meio de Edital está previsto para 2020 o financiamento para reforma e ampliação dos SAEs de Diamantino, Várzea Grande e Confresa.

Foram capacitados mais nove SAEs em Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), sendo que Mato Grosso conta com dezenove SAEs disponibilizando essa profilaxia, sendo eles: SAEs de Água Boa, Alta Floresta, Barra do Graças, Cáceres, Canarana, Cermac, Confresa, Cuiabá, Diamantino, Itiquira, Primavera do Leste, Rondonópolis, Juara, Juína, Tangará da Serra, Sinop, Sorriso, Querência e Várzea Grande.

Outra atividade realizada com os vinte e quatro serviços do Estado foi à capacitação em Sistema de Monitoramento Clínico das Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (SIMC) e Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM).

Está em andamento em Mato Grosso, por meio da Secretaria Estadual da Saúde em conjunto com o Hospital Universitário Júlio Muller e Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, em 2020, a implantação do primeiro ambulatório para pessoas trans (indivíduo que se identifica com um gênero diferente daquele que corresponde ao seu sexo atribuído no momento do nascimento).

Cenário nacional e internacional

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa é infectada aproximadamente a cada 15 minutos e, mesmo com a diminuição gradativa da taxa de infecção da doença nos últimos anos, a epidemia do HIV tem avançado na população mais jovem (BRASIL, 2018).

Estimativas globais sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) relatam que 37,9 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com esse vírus e 770 mil pessoas em todo o mundo morrem de doenças relacionadas à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) (UNAIDS, 2019).

Ainda segundo o UNAIDS, 2019 em todo o mundo, semanalmente, cerca de 6.000 jovens entre 15 a 24 anos são infectados pelo HIV.

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