Uma das metas pessoais assumidas pelos eleitos a cargos públicos é produzir resultados que escrevam seu nome na história da comunidade que os elegeu. O maior dos pesadelos desses políticos é passar em branco e ser esquecido.
Deve estar sendo desgastante para o prefeito Roberto Farias ver os seus dois mandatos findarem e não ter nada a apresentar que possa gravar sua passagem pela Prefeitura e colocá-lo ao lado dos ex-prefeitos que tanto contribuíram para o desenvolvimento do município. Pior ainda é se ver ombreado com aqueles que deixaram lavrado apenas suas façanhas de corrupção e malversação dos recursos públicos, embora não tenha ainda sido definitivamente condenado em nenhum dos inúmeros processos e investigações que responde na justiça comum e eleitoral.
Roberto Farias deixa a primeira cadeira de Barra do Garças no início do próximo ano e não deixará saudades. Foram oito anos perdidos para o município, que nunca mais poderão ser recuperados.
Seus defensores dirão que os tempos são outros e que não mais existem recursos externos ao município para garantir os feitos que fizeram a história de muitos de seus antecessores. Ledo engano. Os recursos que ficaram disponíveis durante os seus oito anos de mandato foram muitos, o que faltou foi estofo político ao prefeito Farias para granjeá-los para Barra do Garças.
Os grandes realizadores do passado foram aqueles que conseguiram firmar sólidas parcerias com representantes dos poderes Executivo e Legislativo do Estado e com os deputados e senadores da República. Sem cultivar essas parcerias, na divisão do bolo acaba não sobrando nem migalhas para os não apadrinhados, o tempo passa e o prefeito sem parceiros nada faz, nada realiza e nada carreia para o município.
A história política de nosso município é uma sucessão de altos e baixos e a cada bom mandatário sucedeu um mau ou péssimo, salvo no caso de Carolino e Paulo Raye que fizeram dobradinha de terror. O período de Roberto Farias, assim como na cultura do café, foi de safra fraca. Seu sucessor recebe uma fase de safra forte que poderá acontecer ou não, depende de quem o eleitor barra-garcense eleger e da capacidade do eleito de buscar recursos nas esferas superiores de poder.
Barra do Garças precisa de uma safra forte para renascer das cinzas.
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