Governo estadual e Fórum Regional de Turismo do Vale do Araguaia esperavam cerca de 1,5 mi
Jornal Opção
Com o cancelamento da temporada do Araguaia, decorrente da pandemia de Covid-19, todas as sete cidades que envolvem esse turismo específico ficam prejudicadas. De acordo com relatório do Observatório do Turismo, da Goiás Turismo, o prejuízo financeiro estimado para o Vale do Araguaia neste ano é de R$ 109 milhões.
Reunião do governador Ronaldo Caiado com o Fórum Regional de Turismo do Vale do Araguaia especulou que em 2020 a região receberia cerca de 1,5 milhão de turistas. O governo estadual havia garantido o fornecimento de serviços e estrutura para atender à demanda. Com a suspensão por conta do novo coronavírus, todo planejamento foi perdido.
“É terrível. Cem porcento da circulação de todo recurso lá está paralisado. Temos um grupo para cuidar da área social do Araguaia. Cem porcento do turismo do Brasil está parado. Nacionalmente o prejuízo já foi de R$150 bilhões. Em Aruanã, a situação é muito informal, então a preocupação lá é o ribeirinho que deixa de ganhar dinheiro e também a economia, porque toda economia de Aruanã depende do turismo, o que só poderá ser mensurado ao final da temporada”, afirmou o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral ao Jornal Opção.
De acordo com o relatório do Observatório do Turismo, o município de Novo Mundo foi o mais impactado pela pandemia na arrecadação de ICMS em 2020, com queda de 6,5% no mês de março, em comparação com o ano anterior, 96,9% a menos em abril e 97,9% menor em maio. Nova Crixás, Britânia e São Miguel do Araguaia também apresentaram quedas drásticas na arrecadação.
Variação relativa percentual na arrecadação de ICMS entre os anos 2019 e 2020 para os meses de Janeiro a Maio | Fonte: Estudos Estratégicos do Observatório do Turismo do Estado de Goiás.
“Estamos fazendo um planejamento de várias secretarias para encontrar alternativa para estas pessoas. O turismo depende da sazonalidade. Tem gente que vive da pesca. É necessário melhorar o turismo que ainda é precário em Aruanã e requer mais estrutura. Alternativas como artesanato, fabricação de cachaça, produção de doce ou comida, na agricultura. As pessoas ganham com turismo lá, mas vivem de subsistência o resto do ano”, disse Fabrício.
“Estamos ainda no começo dos estudos, mas acredito que a partir de agosto vamos ajudar essas pessoas financeiramente até tudo se acalmar”, afirmou.
Cancelamento
A suspensão do turismo no Vale do Araguaia não se trata apenas da programação. O governo, de fato, realiza ações para impedir que pessoas que não moram nas cidades cheguem até o local. “São duas estratégias. Uma é a barreira sanitária. Tem várias barreiras sanitárias antes de chegar nas cidades. As pessoas são paradas e lá é pedido o vínculo com a casa onde ela está, porque os hotéis estão fechados. Não está se aceitando aluguéis”, informou o presidente da Goiás Turismo.
“O mais importante é que as praias, que são os principais locais de utilização dos turistas, estão fechadas praticamente 100%. Não é permitido nenhum tipo de estrutura, como barracas, bares, estruturas maiores, então naturalmente são as duas estratégias. A praia esvaziou, temos um fluxo de 1% a 2% em relação ao ano passado. São as principais medidas, além da conscientização, campanhas realizadas pelo governo estadual e tudo mais”, explicou.
De acordo com Fabrício, a fiscalização acontece por meio de Policiais Militares, que realizam um trabalho intensivo, Polícia Militar Ambiental, na água o governo federal monitora por meio da Marinha, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Ministério Público e as prefeituras.
Caso sejam flagrados turistas na região, eles deverão receber uma notificação prévia, de caráter orientativo. “Quem não respeitar, uma multa que vai de R$ 1 mil a R$ 500 mil. Teve gente que já foi multada. Um fato isolado. A pessoa desacatou o policial e foi preso. Não pelo fato de estar no Araguaia. Não estamos lá para prender ninguém, foi por outro motivo, mas multa há previsão”, conta Fabrício.
Segundo ele, a população, de um modo geral, tem respeitado as determinações. “Esse foi o único caso. Todo mundo está muito colaborativo. Tivemos mais ou menos 60 notificações e todos cumpriram e receberam com tranquilidade a conscientização da não permanência no local. Está fluindo bem”, disse.
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