O mês de julho se esvai nos últimos dias e fica na boca aquele gostinho de que faltou alguma coisa. Fizeram e estão fazendo muita falta aqueles encontros nas barracas das praias de Aragarças e Pontal e as esticadas na noite de Barra do Garças, que sempre tiveram importância fundamental na manutenção da saúde mental depois de meses de trabalho intenso.
A temporada de praia sempre foi o principal período de férias das comunidades do encontro das águas do Garças e do Araguaia, onde realmente era possível praticar um lazer saudável e um convívio restaurador. Além disso, julho sempre foi o principal atrativo da região, carreando turistas dos estados de Goiás e Mato Grosso.
Esse ano não foi possível matar a saudade daqueles que só víamos na época da temporada e que já tinham fixado em seus calendários o período destinado à praia e ao lazer. Quantos relacionamentos duradouros tiveram início nas temporadas anteriores e que são anualmente renovados.
Na próxima semana a ficha cairá. Julho se foi e o mês de agosto nos obrigará a assumir as rotinas do dia-a-dia, inexoravelmente. Desta vez com menos leveza, pois não pudemos lavar a alma nos folguedos da temporada e teremos que continuar em frente com a craca do ano que passou.
E não foi somente a sensação de ter perdido algo de bom, mas também o prejuízo financeiro imposto aos comerciantes das três cidades que, todos os anos, aproveitavam o período para equilibrar o caixa e o capital de giro.
Nada aconteceu e nada gerou. As praias ficaram desertas, aguardando as barracas que nunca chegaram. Os bares, botecos e restaurantes fechados pela quarentena pareciam salas de velório velando a vontade de cair na gandaia e não poder. Esse período vai ficar na memória, por muito tempo, embora todos desejem esquecer o mais rápido possível e tocar a vida, esperando que as vacinas em andamento permitam tirar a diferença no próximo mês de julho.
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