INCOMPETÊNCIA ELEITORAL

Frederico Lohmann  –

O povo do estado do Rio de Janeiro teve confirmada a sua infeliz condição de incompetência eleitoral. Cinco últimos governadores presos (Moreira Franco, Garotinho, Rosinha, Cabral e Pezão) e o sexto (Witzel) afastado e preste a ser cassado, todos por corrupção explícita, sem contar com os três últimos presidentes da Assembleia Legislativa e a quase totalidade do Tribunal de Contas do Estado, também todos afastados e presos por corrupção. E pasmem, tirando os desembargadores do TCE, todos os demais foram eleitos com enorme votação e preferência popular.

Se essa desgraça fosse circunscrita apenas ao Rio de Janeiro, estaríamos decepcionados e pesarosos, porém ainda esperançosos. Porém essa não é a realidade e o mesmo ocorre, em maior ou menor grau, em todos os estados e em todas as prefeituras do país, assim como na quase totalidade dos congressistas, sejam do Senado, sejam da Câmara Federal.

Sendo assim, não existe nenhuma possibilidade de que essa corja corrupta venha a legislar contra os seus cargos e ganhos, legais e espúrios, e mudar qualquer coisa no status quo da política brasileira. Os defensores incondicionais de Jair Bolsonaro diriam que a única solução é um golpe de estado e a colocação dos militares no poder, expurgando os políticos corruptos. Temos sérias restrições, pois sabemos que uma ruptura radical apenas vai transferir a gatunagem para outras mãos.

Nossa proposta é simples: um plebiscito investigando a vontade popular quanto ao sistema de governo e processo de seleção eleitoral. De posse do resultado do plebiscito, elegeríamos os representantes de uma constituinte para escrever a nova constituição a partir dos ditames do plebiscito. A principal exigência para registrar candidatura para a constituinte seria a inexistência de qualquer nódoa em sua ficha, julgada ou não. Qualquer investigação seria suficiente para inviabilizar a candidatura.

Há quem diga que essa proposta é injusta com eventuais investigados futuramente inocentados, porém respondemos que é melhor impedir uns poucos injustiçados de concorrer, para garantir que todos os candidatos terão um mínimo de honestidade garantida e não terão rabo preso com a camarilha atual.

Frederico Lohmann é arquiteto e consultor

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