POVO MARCADO, POVO FELIZ

A possibilidade de aprovação de uma reforma administrativa em âmbito nacional expõe a terrível mazela que são os privilégios mantidos pelo funcionalismo público e demais membros dos poderes constituídos.

Tomamos conhecimento dos salários muito acima dos ganhos médios do trabalhador privado e inflados por benefícios inexplicáveis, muitas vezes superando o teto de lei. Férias de dois ou mais meses por ano. Automóvel com motorista. Auxílio moradia, mesmo quando detentores de imóveis na mesma região. Filas de assessores e assistentes com os quais dividem os salários. Auxílio paletó. Plano de Saúde ilimitado e extensivo às famílias. Auxílio educação para os filhos, inclusive com matrícula no exterior. Passagens aéreas ilimitadas. Expediente diário de seis horas, sendo segunda pela manhã e sexta à tarde facultativos. E para completar, estabilidade de emprego e aposentadoria integral.

Uma importante pesquisa mostrou que um trabalhador médio dos Estados Unidos tem produtividade cinco vezes maior do que um trabalhador médio brasileiro. Um estudo complementar mostrou então que o mesmo trabalhador brasileiro tem o dobro da produtividade de um funcionário público brasileiro. Fica vermelha cara sem vergonha…

Como disse Rui Barbosa: “de tanto ver triunfarem as nulidades, tenho vergonha de ser brasileiro”. Nunca foi tão atual esse sentimento. Diariamente somos agredidos por notícias de novos privilégios, por vantagens espúrias adquiridas no exercício da função, por enriquecimento ilícito não investigado, por legislação em causa própria e por total desprezo pelos direitos dos cidadãos.

Dói também a inércia do povo brasileiro, que parece que gosta de ser espoliado, massacrado, desleixado e relegado a cidadão de terceira categoria. Vale nosso menestrel Zé Ramalho quando nos classificou: “vida de gado, povo marcado, povo feliz”.

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