E agora, PT?

Com Paulo Raye pré-candidato a prefeito de Barra do Garças, esquerda perde sua identidade.

O ano era de 2014, e dos 15 vereadores que votaram a Lei Complementar nº 162/2014, que reduziu coeficiente de progressão de classe dos professores municipais, três votaram contra a redução, entre eles o ex-vereador professor Kiko do PT.

Dos 11 que foram favoráveis ao projeto, um deles era o atual vereador e pré-candidato a prefeito da esquerda, Paulo Raye.

Em meio a essa votação, a secretária de Educação da época, Professora Fátima Resende (PT), pediu exoneração da pasta, e o vereador Professor Kiko saiu da liderança do prefeito Roberto Farias na câmara.

A sessão de votação, transformou a câmara em um cenário de batalha campal, o presidente do Sintep na época, o professor Omar Cirino e os demais professores, invadiram o plenário tentando impedir a votação, o que não aconteceu, ato em vão. O projeto foi aprovado e os professores do município tiveram sua progressão salarial reduzida.

Para as eleições municipais desse ano a chapa da esquerda PC do B e PROS, está montada com o advogado trabalhista Edvaldo Pereira como vice-prefeito do pré-candidato a prefeito Paulo Raye.

No poema de José de Carlos Drummond de Andrade publicado em 1942, coloca uma questão que se repete ao longo de todo o poema, se tornando uma espécie de refrão e assumindo cada vez mais força: “E agora, José?”. Agora, que os bons momentos terminaram, que “a festa acabou”, “a luz apagou”, “o povo sumiu”, o que resta? O que fazer?

Esta indagação é o mote e o motor do poema, tal qual deve ser examinados pelos partidos que desejam compor.

Essa é a pergunta que deve ser feita ao PT: E agora PT? Seria o momento de apoiar um pré-candidato que foi contra a progressão salarial dos professores do município, que outrora foi cassado por uso ilícito de recursos administrativos, e que ainda compartilha pensamentos bolsonarista, o que fazer?

Sem dúvida o PT está em maus lençóis, indo totalmente contrário à sua ideologia e princípios democráticos. Imergindo em um poço antagônico, talvez seduzido por um apoio equivocado. E agora, PT?

Jornalista – Konrad Felipe – DRT 1888

1 Comentário sobre "E agora, PT?"

  1. Omar Cirino de Souza | 11/09/2020 at 21:30 | Responder

    O momento é de decisão. Amanhã se dará a Convenção do PT em que tal questão será decidida. Seja qual for a decisão, há que se respeitar a legitimidade de um processo é o direito de um Partido decidir SOBERANAMENTE sobre que rumo tomar; sem astigmatismo e sem puritanismo. Quem é simpático ao PT haverá de compreender e apoiar. Quem vive com o PT em foco, apenas espreitando seus passos para “cair de pau” em cima… fará sua crítica de qualquer forma.

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