Frederico Lohmann
Essa semana, por mera curiosidade, perguntei ao Paulo Batista o que tinha acontecido ao Frigorífico Palmares, fundado por Wilmar Peres e onde conheci ainda imberbe Beto Farias, designado pelo pai para tocar o empreendimento.
Fique triste ao saber que o frigorífico estava fechado há vários anos e as tentativas de reabri-lo, até agora, não tinham surtido efeito. O domínio da JBS sobre os pecuaristas da região, como maior compradora e abatedoura do leste mato-grossense, não tem viabilizado a abertura do pequeno Palmares, que seria um bom criador de postos de trabalho e contribuinte para o desenvolvimento de Barra do Garças.
O prédio fechado e semiabandonado é mais um dos símbolos do descaso dos governantes, que permitiram, ao longo dos últimos anos, a abertura de empreendimentos financiados com recursos públicos e seu fechamento precoce, mostrando que o mote do empreendimento não era a produção e a geração de empregos e sim um modo de desviar os recursos para os bolsos dos maus empreendedores e seus padrinhos políticos.
Quantos esqueletos, alguns já reciclados para atividades não produtivas, podemos encontrar ao longo da BR-070 dento dos limites de Barra do Garças? Quantos recursos foram investidos e desperdiçados? Quantos empreendedores maldosos foram processados, julgados e presos? Quantos políticos enriqueceram intermediando financiamento da Sudam, do Banco da Amazônia, do BEMT e outros financiadores?
E quem foi o maior prejudicado? Certamente o povo barra-garcense que viu a oportunidade da capitanear o desenvolvimento do leste mato-grossense, tornando o município próspero, pujante e locomotiva das iniciativas públicas e privadas, se esvair no abandono falimentar dos empreendimentos mal planejados e pior executados, relegando Barra do Garças à segunda ou terceira linha dos municípios do estado.
Frederico Lohmann é arquiteto e consultor
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