Profª. Drª Marly Augusta Lopes de Magalhães
Iniciamos a nossa reflexão com um provérbio popular de que diz: “Santo de Casa não faz milagres”, que é um provérbio bem conhecido e, que tem sua origem na Bíblia, proferido por Jesus, que disse, “o profeta não é reconhecido em sua própria terra”. Dessa forma, recorremos a essa antiga fonte de conhecimento para que pudéssemos expressar o que pretendemos com este texto. Se observarmos a atual realidade, percebemos que, ao longo do tempo, muitos desses provérbios se comprovam que, realmente, as pessoas custam a ser reconhecidas e valorizadas em sua própria terra. Infelizmente, o conhecimento que temos dos médicos de Barra do Garças não se encontra à altura dos desafios que eles enfrentam no dia a dia de sua profissão. Creio que, em nossa cidade, não temos estudos aprofundados ou, mesmo superficialmente, que falem ou que tenham valorizado as dimensões das figuras dos médicos que aqui atuam, não só agora, em tempo de pandemia, mas, sobretudo, na dimensão social e histórica de nossa comunidade.
Só vivenciando os momentos difíceis em nossa vida, como esta pandemia presente em todos os países do mundo é que tivemos a oportunidade de ver nos médicos de nossa cidade, seres aliados, protetores, auxiliadores nos momentos mais difíceis da nossa vida, principalmente, aqueles ligados a luta para salvar um maior número de pessoas. Por se tratar de um momento delicado em nossa vida, é fundamental que o paciente e seus familiares sejam recebidos no estabelecimento de saúde da melhor forma possível. Assim, parar e ouvir os familiares e o paciente foi um exemplo de atividade que cooperou para que sentíssemos a humanização dos processos dentro do MEDBARRA.
Recentemente, em uma situação de emergência, tivemos que recorrer aos vários “SANTOS” que trabalham no Hospital MEDBARRA, a começar pelos recepcionistas, enfermeiros, assistentes sociais, médicos, enfim, todo corpo que batalha naquele espaço que cuida não só da saúde, mas, principalmente, da vida de seres humanos.
Ali tivemos a oportunidade perceber a integração entre médicos, colaboradores, pacientes e familiares, estabelecendo os vínculos necessários para o sucesso do tratamento.
Percebemos, também, que o processo de humanização ali utilizado é essencial para garantir que os atendimentos acontecem da melhor maneira possível. Pois o respeito ao próximo tem hoje o significado de respeito a tudo que nos cerca. E, essa nova postura de todos os profissionais daquela instituição tem produzido transformações significativas nas relações entre médicos, pacientes e seus familiares, mediadas por uma assistência integrada e humana. Nesse sentido, a transparência do bom atendimento se efetiva por meio do acesso a uma saúde humanizada.
Segundo Deslandes, a legitimidade da temática ganha novo status quando, em maio de 2000, o Ministério de Saúde regulamenta o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). A fim de que iniciassem ações em instituições de saúde com o intuito de criar novas formas no atendimento mais humanizado voltadas para a valorização dos pacientes, bem como, da defesa de seus direitos.
O espírito que ensejou a publicação deste texto é reforçar e priorizar o valor do comportamento profissional e cívico, de alguns médicos que atendem a população de Barra do Garças e Municípios vizinhos, na unidade hospitalar MedBarra, durante este período de pandemia. E, sobretudo, agradecer, pelo aprimoramento da cultura do bom atendimento e do alto desempenho, de integridade plena, bem como, do fortalecimento da confiança da sociedade com relação a saúde humanizada. A retomada da confiança nos médicos, de nossa cidade, deve passar por uma postura cada vez mais zelosa e atenta de todos que necessitam, tanto da saúde pública, como da saúde privada. Pois os médicos que ali atuam são verdadeiros exemplos e demonstram em todas as oportunidades a relevância profissional.
A medicina não é uma atividade apenas para servir aos doentes, mas sobretudo, uma atividade voltada para a saúde, para a vida, cobrindo todas as áreas do convívio humano, desde as relações com as mais humildes pessoas, até a organização das grandes empresas.
Nos últimos anos, temos visto que uma instituição de saúde, que conta com uma boa administração e uma equipe com bons profissionais, só tem como funcionar de forma exemplar. Com essas condições de trabalho, uma unidade hospitalar consegue melhores resultados, porque há compromisso dos líderes, bem como qualidade na gestão, competência e criatividade de toda equipe, a começar pelos administradores até o pessoal da limpeza.
Portanto, precisamos aprender a ter orgulho do que é nosso, dos filhos médicos dos compadres, filhos dos amigos, daqueles médicos que deixaram suas cidades, suas famílias, para prestarem serviços em lugares estranhos, muitas vezes sendo ameaçados pelos “coronéis donos da cidade”. Precisamos ser menos críticos e menos cruéis em nossos comentários, precisamos saber relevar as falhas e as inexperiências e saber celebrar as conquistas diárias dos médicos que temos em nossa comunidade. A nossa saúde é feita de pequenos passos, é com o sucesso dos pequenos passos que vamos chegar aonde queremos e ter a vida saudável que almejamos. Somos frutos de nossa ética e de nossas escolhas, pois são elas que determinam o sucesso de nossas realizações.
Assim, ao finalizar, queremos apresentar, também, nossa homenagem, nossa gratidão, nosso respeito e nossas preces aos médicos heróis que tombaram na luta para salvar vidas. Infelizmente, só tombam os heróis, porque os covardes não vão à luta. Por esses heróis médicos, vamos continuar lutando.
Barra do Garças, 10 de outubro de 2020
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