Paulo Batista de Melo
Politicamente Barra do Garças vivia o seu auge no estado, quando chegamos a ter um governador (Wilmar Peres) e um deputado presidente do Legislativo mato-grossense (Roberto Cruz).
Naquele tempo tivemos quatro deputados defendendo as causas do Araguaia, porém, infelizmente, não falavam a mesma língua ou defendiam as causas em blocos, com cada um tentando sobrepujar ou manietar o colega.
Deu no que deu, com Barra do Garças perdendo poder para Rondonópolis, o Nortão e, hoje, até para suas irmãs do Vale do Araguaia. Entendemos que somos o que plantamos e, se escolhemos semente ruins, certamente a nossa colheita não será das melhores.
Um importante baluarte da política barra-garcense foi Valdon Varjão, homem de múltiplas ações e um dos pioneiros que criaram e sustentaram o então povoado de Barra do Garças. Varjão foi sempre um líder político, como vereador, prefeito, secretário de Estado e o primeiro Senador Negro do Segunda República.
Sempre voltado para o social, Varjão se notabilizou pela maneira peculiar de receber e tratar as pessoas. Foi o curador e mantenedor da história de Barra do Garças e do Vale do Araguaia, traduzindo, nos seus livros editados, todo o roteiro desta terra tão promissora que infelizmente vive nas mãos de péssimos administradores.
Outro legado marcante de Valdon Varjão foi a criação do Discoporto, no Parque da Serra Azul, destinado a uso exclusivo de pouco e decolagem de naves extraterrestres. Ficou famoso mundialmente.
Procuramos hoje quem resgate a história de Barra do Garças, cujas pesquisas e documentação há muito estão esquecidas assim como os principais historiadores e defensores da história da região, a exemplo do próprio Varjão, Zélia Diniz, Mechíades Mota, Geraldo Quirino e outros ainda vivos, que muito fizeram e fazem por esta grande e acolhedora cidade.
BARRA DO GARÇAS EM CAPÍTULOS – IV
Resolvemos não falar sobre as administrações anteriores a Carolino, por entender não ser de nosso tempo, mas falaremos das posteriores, que vivenciamos. Há muito citamos que Barra do Garças é uma cidade que tem o poder de se manter em crescimento, independentemente de seus administradores, muito embora tenha perdido ao longo do tempo o seu status de terceira maior cidade do Estado e continuar perdendo ano-a-ano posições, por falta de competência de seus gestores.
Antes, se éramos de Barra do Garças, tínhamos as melhores recepções na capital e em todas as demais cidades do estado. Carolino inaugurou o processo de descrédito na política e no potencial político e econômico do município, foi menosprezado pelos representantes políticos de cá e de lá, com sua administração duvidosa em seis desastrados anos como gestor, quatro por direito e dois por mandato estendido.
Carolino nada fez neste longo período a não ser para ele mesmo. Mesmo assim a cidade tinha seu movimento ampliado por ser considerada polo regional do Araguaia e porto seguro para os investidores da região.
No passado já detivemos o título de maior município e de maior plantador de arroz de sequeiro do mundo. Mas isso tudo mudou, em face das interferências políticas daqueles que queriam aumentar seus redutos políticos, desmembrando áreas e criando novos munícios. Foi, segundo estudiosos, um dos maiores crimes cometidos por interesses escusos.
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