Que 2022 seja tão (ou mais) transformador que 1822 e 1922

Há dois séculos, em 7 de setembro de 1822, o Brasil tornou-se independente de Portugal. Há 100 anos, no período de 13 a 17 de fevereiro, São |Paulo realizou a Semana de Arte Moderna, que abriu a mente da sociedade local e nacional para a produção de cultura própria em lugar da europeia que aqui era consumida até então. Agora – 2022 – temos um significativo momento que sugere profundas reformas políticas. Começou na terça-feira passada (08/02) com a formalização, pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), do partido União Brasil, resultado da fusão de DEM e PSL. O primeiro resultado desse ajuntamento partidário é o fortalecimento de bancadas em boa parte da s 5570 Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas e principalmente na Câmara dos Deputados. Unidos, os ex-demitas e pslistas alteram as maiorias e o equilíbrio político das comunidades onde atuam.

O impacto da fusão é apenas um aperitivo para o que deverá ocorrer na janela partidária – período de 3 de março a2 de abril – quando os parlamentares (deputados federais e estaduais e vereadores) poderão mudar de sigla sem o risco de perder o mandato. Pelas contas que se faz em Brasília, o PL, que recentemente filiou o presidente Jair Bolsonaro, se tonará a maior bancada da Câmara, aumentando de 43 para 65 deputados, seguida por União Brasil 61, PT 54, Progressistas 52, PSD 40 e Republicanos 34. Todos esses partidos aumentarão de tamanho, inclusive a nanica Rede Sustentabilidade, que passará de um para dois deputados. Perderão integrantes as bancadas do MDB, de 34 para 33, PSB 30 a 28, PSDB 32 a 27, PD T 25 a 22, Podemos 11 a 10, PSOL 9 a 8, PROS 10 a 7 e PTB 10 a 5.

O atual ano 22 apresenta-se carregado de simbolismo devido ao ambiente caótico estabelecido na política nacional das ultimas duas décadas, onde os governos foram acusados de corrupção (Mensalão, Petrolão, Eletrolão e outrtos) e de política econômica contrária ao país por ter investido recursos nacionais, sem garantias suficientes, para a realização de obras em Cuba, Angola, Venezuela e outros países então governandos por esquerdistas. As irregularidades que levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e à prisão de Lula geraram, por outro lado, a janela de oportunidade para Jair Bolsonaro candidatar-se e eleger-se presidente em 2018. Desde o impeachment de Dilma, os petistas e seus aliados investiram na radicalização e tanto Michel Temer (vice que sucedeu Dilma) quanto Bolsonaro não tiveram um mínimo de paz para governar. O fenômeno da judicialização tem sido altamente prejudicial ao processo político porque impede os poderes institucionais de cumprir suas missões e, ainda, tumultua a relação entre eles que, pela Constituição, devem ser “independentes e harmônicos”.

Apesar da existência de adeptos de ambos os lados – direita e esquerda – há um grande número de desencantados com a atuação dos políticos e inconformados pelo permanente ambiente de crise, sofismas e incompreensões,. Precisamos reencontrar o equilíbrio, a boa educação e até o patriotismo perdidos. E, a partir de então, os oponentes se respeitarem para evitar que a polarização sirva para atrasar o país e a vida do povo. Oxalá o dito Centrão e seus partidos tenham força e representatividade para evitar que as extremas continuem incendiando a Nação. Que o grupo consiga ficar longe da imagem que seus adversários extremados insistem em atribuir-lhe e consiga devolver ao meio político a racionalidade, o compromisso público e principalmente a honestidade perdida.

Que 2022 – com a força transformadora já experimentada há 200 e a 100 anos atrás, seja palco das mudanças que tanto necessitamos para podermos avançar rumo à pátria progressista e boa de nela viver que todas as gerações sonharam mais ainda não conseguimos alcançar.. Seja mais um 22 transformador…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) aspomilpm@terra.com.br     

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