Por Assessoria/MPMT
Com assessoria do TJ/MT
Promotora de Justiça em Barra do Garças, município distante 517 km de Cuiabá, Luciana Rocha Abrão David recebeu na última quarta-feira (07) o Prêmio Juíza Glauciane Chaves de Melo. Ela representou a Associação Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra Mulheres de Barras do Garças e Pontal do Araguaia, vencedora na categoria Organização Não Governamental com o projeto “Manual Rede de Frente – uma construção coletiva”.
“Nosso projeto é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido há mais de nove anos em Barra do Garças com uma finalidade interinstitucional e multidisciplinar. Temos cinco eixos de atuação com diversos trabalhos visando um melhor acolhimento e atendimento às vítimas. Através de uma construção coletiva e solidariedade, alcançamos um manual com todas as ideias propostas que possam ajudar as mulheres a procurarem seus direitos e outros municípios a expandirem esse manual”, explicou a promotora de Justiça.
A premiação foi instituída pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso com o objetivo de reconhecer as contribuições relevantes ao enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher no estado. A iniciativa contemplou nove categorias: Comarca; Magistrada ou magistrado; Servidora ou servidor; Instituição pública; Entidade de classe; Organização Não governamental; Imprensa; Cidadã ou Cidadão e Empresa Privada.
A denominação do prêmio é uma homenagem à juíza Glauciane Chaves de Melo, vítima de feminicídio no dia sete de junho de 2013. Segundo o processo, a magistrada foi assassinada com dois tiros na nuca disparados pelo ex-marido, Evanderly de Oliveira Lima, dentro da sala de audiências no Fórum da Comarca de Alto Taquari (479 km ao sul da Capital). O motivo seria a negativa de Glauciane em reatar o relacionamento de aproximadamente 10 anos. O réu confessou o crime.
Solenidade – As placas simbólicas da premiação aos vencedores foram entregues pela presidente do TJMT, desembargadora Maria Helena Póvoas e a vice-presidente, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro.
“Nós tivemos grandes parceiros nessa caminhada. Esses parceiros estão sendo reconhecidos dentro e fora do Judiciário com o prêmio que leva o nome da magistrada que foi morta pelo ex-marido dentro das dependências do fórum. Nós resolvemos homenagear não só a magistrada que perdeu a vida, como também esses setores que colaboram e muito com nosso intuito de entrar nessa maratona de minimizar esse ritmo crescente da violência contra a mulher, embora ainda há muito o que se fazer”, pontuou a presidente Maria Helena.
Na categoria Magistrado/Magistrada, a juíza Débora Pain Caldas, da 2ª Vara Criminal de Sinop, foi a vencedora com o projeto “Blitz educativa: a Justiça nas ruas para prevenir a violência contra a mulher”. “Eu recebo esse prêmio com muita felicidade, em nome de todos os integrantes da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher de Sinop. São mais de 30 integrantes que atuam conjuntamente para que esse projeto seja uma realidade e que ele tenha o alcance que nós desejamos, que é de realmente conscientizar a população e diminuirmos os índices de violência contra as mulheres”, afirmou a magistrada.
A juíza também representou os vencedores da categoria Empresa Privada, cujo prêmio foi concedido à faculdade Fasipe Centro Educacional com o projeto “Grupo Reflexivo para homens em situação de violência doméstica com atendimento psicológico na comarca de Sinop”, que é realizado em parceria com o Poder Judiciário no município.
Na categoria Imprensa, as vencedoras foram a TV Centro América, com a reportagem “Mato Grosso é o estado com mais medidas protetivas; fique atenta aos sinais que podem levar ao feminicídio”, e a jornalista Bruna Barbosa com a reportagem “Ela sobreviveu a seis facadas do ex e hoje ajuda outras mulheres”, publicada no site Midia News.
Na categoria Instituição Pública, o prêmio foi concedido à Polícia Militar de Mato Grosso, representada pela coronel Francyanne Siqueira Chaves Lacerda. A iniciativa da PM consiste no Programa Apoio, Programa Interno de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres.
Na categoria Organização Não Governamental, além da Associação Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra Mulheres de Barra do Garças e Pontal do Araguaia, também foram vencedoras: a Associação Lírios (Liga de Reestruturação das Irmãs Ofendidas no seu Sentimento), de Várzea Grande, e a Associação de Apoio à Patrulha Maria da Penha e Lideranças Sociais de Sinop (Amaplis).
Na categoria Cidadã/Cidadão, a estudante de Direito de Rondonópolis Jhenifer Silva Parreira foi a vencedora com um vídeo publicado no Instagram e no TikTok sobre a violência de gênero, com mais de 11 mil visualizações.
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