A Policia Militar e a complementação dos seus quadros

A existência de um pacote de medidas sugeridas ao governo do Estado para melhorar a reposição dos profissionais na tropa da Polícia Militar de São Paulo – informada pelo novo comandante, coronel Cassio Araújo de Freitras, quando assumiu o posto, no ultimo dia 3 – é uma boa notícia tanto para a corporação quanto à sociedade paulista. Essas providências, além de permitir a recomposição do quadro – que se reduz pelas aposentadorias e demissões de profissionais que vão para outras áreas – também deverão impactar na estatística da criminalidade que, no ano passado, registrou aumento de 20% nos furtos e 9% nos roubos. Embora a criminalidade esteja ligada diretamente às questões sociais, é importante considerar que a existência de um número compatível de policiais em serviço. Sem dúvida, contribui para diminuir o volume de ocorrências.

Mesmo antes da definição das medidas, que demandam investimentos, a corporação já trabalha em novas estratégias para tornar mais notada a sua presença em pontos de maior criminalidade, de forma a inibir a ação dos criminosos e contraventores. O esquema é resultante da salutar alternância de poder, que traz ideias novas para o governo. Sem pretender desmerecer o que tucanos que governaram o Estado durante as ultimas três décadas, vale lembrar que a chegada do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) representa a adoção de um novo ideário à administração estadual. De origem militar, o governante deverá ser mais  permeável às necessidades do meio e isso deverá resultar em benefícios gerais. A escolha do deputado Capitão Derrite para a Secretaria da Segurança Pública e de experientes policiais para as cúpulas das polícias (Militar e Civil) constituem um bom indicativo de preocupação com o setor.

A Polícia Militar paulista tem atualmente 79.943 homens e mulheres compondo o seu efetivo. Menor número que esse só se registrou em 1996, quando o quadro era de 77.374 policiais mas, em compensação, o Estado tinha 11 milhões de habitantes menos que hoje. Nas diferentes variações do contingente, a corporação chegou a possuir o quadro de 90.697 policiais, no ano de 2006. Mas, uma série de fatores – que não cabem num simples artigo, vem provocando a queda. Uns fazem concursos para outras carreiras, outros retornam à iniciativa privada com os conhecimentos recebidos na caserna. Não seria justo atribuir o fenômeno à simples inação dos governos. No ano passado, por exemplo, foram criadas 2700 vagas, mas só 800 delas foram preenchidas porque muitos dos pretendentes não conseguiram aprovação nas rigorosas  provas de seleção.

O novo comandante rejeita a tese de facilitar nos concursos, pois isso reduziria a qualidade dos concursados. Mas é preciso encontrar fórmula e principalmente o incentivo para atrair um maior e mais capacitado número de candidatos à carreira militar estadual. Motivados e devidamente treinados, eles tendem a render e a impulsionar a política de redução da criminalidade, executada por todo governo responsável e comprometido com o bem-estar da população.

É importante lembrar que o bom funcionamento da entidade militar estadual é do interesse direto da população, que clama pela melhora dos índices de segurança. A Polícia Militar, desde a sua antecessora, que se denominou Força Pública até o ano de 1970, é dotada de técnicas e treinamentos do pessoal para enfrentar a criminalidade. Nas fases críticas da segurança e da desordem política, seus integrantes enfrentaram  perseguições e a desobediência civil dos contrariados. Com profissionalismo, esses problemas têm sido enfrentados e, um dia, deverão desaparecer.

O enfraquecimento da instituição policial só interessa de fato às organizações criminosas, que lucram através do crime e a ilegalidade. Para a sociedade, o ideal é seu funcionamento harmônico e equilibrado. É o que todos nós, ligados à instituição ou apenas destinatários dos seus serviços esperamos sempre. Ao conseguir contratar  o número ideal de policiais para a cobertura dos 645 municípios paulistas, a Polícia Militar estará em condições de prestar ainda melhores serviços aos 45 milhões de habitantes que tem a missão de servir…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br                          

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