Vacina, fake news e redes sociais

Finalmente foi divulgada pelo Ministério da Saúde nota que esclarece ser a vacina Oxford AstraZeneca, contra a Covid-19, segura e recomendada para a população a partir dos 40 anos. A publicação oficial veio a propósito de informações falsas inseridas nas redes sociais de que haveria uma nota técnica do próprio ministério não mais autorizando o uso do medicamento, que teria causado trombose em pessoas da faixa etária dos 40 anos, especialmente mulheres.

“O Ministério da Saúde reforça que todas as vacinas oferecidas à população são seguras, eficazes e aprovadas pela agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As estratégias de vacinação no Brasil, assim como os imunizantes indicados para cada público levam em consideração os avanços tecnológicos do setor e novas evidências científicas sobre o tema, discutidos no âmbito da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações” – afirma a nota.

Esse pronunciamento oficial tem o condão de tranquilizar a população de forma a evitar que as pessoas fujam da vacina e possam ser infectadas pelo vírus e o número de adoecidos e mortes volte a subir no país. Pena que o pronunciamento tenha demorado mais de uma semana – talvez duas ou três – depois que os brasileiros foram bombardeados pelas notícias da provocação de trombose que agora, como afirma o próprio Ministério, são fakes news. Certamente, milhares de brasileiros que já poderiam ter se vacinado deixaram de fazê-lo temerosos pelos efeitos colaterais falsamente noticiados. Precisamos de mais agilidade na desconstrução das mentiras alarmistas impingidas ao grande público e, principalmente, da identificação e responsabilização dos seus autores e/ou multiplicadores.

Além da presença saneadora do Ministério das Saúde e de seus órgãos encarregados do setor, é preciso que o Governo, que tanto tem acionado a polícia e o Ministério Público para a discussão e esclarecimento de temas políticos, façam o mesmo contra o mau uso das redes sociais que levam à desorientação à população, especialmente quanto a temas de proteção à Saúde.

Somos contrários à reedição da censura no País – até porque ela é inconstitucional – mas é necessária a responsabilização dos que se valem de qualquer dos meios de comunicação para disseminar informações falsas e com elas tumultuar a vida da população. Nas redes sociais, particularmente, defendemos que elas estejam sujeitas aos mesmos controles que o Estado e a Sociedade exercem sobre os veículos de comunicação. Não podem continuar funcionando sem que haja um responsável jurídico que possa responder pelo conteúdo, da mesma forma que fazem os profissionais que assinam a responsabilidade do material divulgado por jornais, revistas, emissoras de rádio e tv e outros veículos tradicionais de imprensa. Rede social que não se responsabiliza pelo conteúdo que divulga e n&ati lde;o responsabiliza os seus colaboradores que veiculam fake news, não podem funcionar.

Ainda mais: fake news, por ser veiculado por meio de comunicação de massa e, numa só tacada, poder prejudicar e expor a riscos milhares de pessoas, tem de ser considerado crime hediondo como tal, receber apuração e penas mais severas.
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) aspomilpm@terra.com.br

Seja o primeiro a comentar sobre "Vacina, fake news e redes sociais"

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado.


*