Teremos Eleições? Quando?

Crescem os boatos e conversas em torno de um eventual adiamento das eleições municipais deste ano, em face da pandemia do coronavírus. Pelo andar da carruagem, parece que tudo caminha ou conspira para esse fim.

Duas vertentes ocupam a pauta sobre o assunto e os horizontes ainda não estão claros quanto aos rumos que o pleito vai tomar.

A primeira corrente prega um adiamento de pouco mais de trinta dias, remarcando a data para fins de novembro e mantendo a posse dos eleitos para início de janeiro. Essa tese, em síntese, pouco alteraria o momento político, dando apenas um fôlego nos riscos de aglomeração que as eleições provocariam, inevitavelmente.

A segunda vertente é mais complexa, pois propõe o adiamento por um ano, levando a disputa para outubro do próximo ano, quando, em princípio, já teremos superado os principais riscos da atual pandemia. Tal hipótese, porém, implica na prorrogação dos atuais mandatos de prefeitos e vereadores e na remontagem do arcabouço legal que rege e sustenta o processo eleitoral municipal brasileiro.

Até aí, tudo bem, é apenas um problema burocrático, com que a justiça eleitoral saberá lidar.

Restam algumas dúvidas: os candidatos de hoje serão os mesmos do ano que vem ou serão abertas vagas para outros postulantes? O adiamento permitirá mais uma janela de oportunidade para troca de partido e, consequentemente, freio de ajuste para as coligações que já estão montadas e acordadas? A prorrogação levará, eventualmente, à renúncia de alguns prefeitos e sua natural candidatura a permanecer no cargo? As candidaturas sub-judice conseguirão resistir ou as decisões inviabilizarão alguns concorrentes?

Nos desvãos da política brasileira ainda se tece um terceiro caminho, no mínimo inusitado, pois mexe com todo o quadro político do país. Seus defensores propõem o adiamento de dois anos e a unificação das eleições para todos os níveis numa mesma data, evitando a atual situação em que o Brasil está continuamente em período eleitoral e sobra pouco tempo para os assuntos verdadeiramente importantes, sobrepujados pela sede de poder e gana pelo erário público.

A maior virtude da ideia é permitir uma parada para pensar e também para encontrar novos caminhos para a atual legislação eleitoral, conformando uma reforma que daria as novas bases tão necessárias à moralização e reorientação da nossa tão depauperada política partidária.

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