Tratamos nesta edição de considerações sobre o Plano Diretor de Barra do Garças. O que não dissemos foi que as administrações municipais têm crise de urticária quando ouvem falar em tal plano.
Esse é, talvez, a maior limitação de um planejamento estratégico para a cidade e o município, pois de nada adianta um grupo de pessoas, profissionais ou não, competentes ou não, mas sempre muito bem intencionadas, se reunirem durante semanas e até meses, durante horas diárias, tentando propor soluções legais, administrativas, fiscais, urbanísticas, culturais, rurais e humanitárias, todas devidamente amparadas no arcabouço legal vigente, quando aqueles que deverão promover, aprovar, cumprir e fazer cumprir não acreditam na iniciativa e, mesmo que engulam permitindo sua aprovação, sempre sobrepassarão quando for de sua conveniência.
Planejamento urbano e seu arcabouço legal deveriam ser objeto de estudo obrigatório no ensino fundamental e em todos os patamares da educação praticada no município. Se os munícipes conhecessem as propostas e metas do planejamento do município e as leis que os embasam, desde a tenra idade, seriam capazes de zelar pelo seu cumprimento e aplicação por toda a vida útil.
Talvez não seja a hora de se falar em novo ou revisado plano, pela proximidade das eleições municipais, porém seria de bom alvitre que o grupo de ativistas na matéria se reunisse e preparasse um pré-plano que viria a embasar os planos de governo da próxima administração.
Envolver os candidatos a prefeito e vereador nessa pré-discussão seria salutar para o encaminhamento futuro da matéria. O interesse demonstrado pelos atuais e futuros políticos locais sobre o tema seria um bom modo de medir as suas verdadeiras intensões com a candidatura pleiteada.
Finalmente, queremos lembrar que o PDDI – Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (nomenclatura normalmente aplicada ao conjunto de projetos, planos e programas) é atemporal e não se destina apenas a administração em curso ou entrante. Ele deve ser perene e constantemente atualizado, conforme a evolução urbana e social do município. Queremos lembrar de Curitiba, onde o arquiteto e prefeito Jaime Lerner conseguiu elaborar o planejamento em seu primeiro mandato e com reeleição, sucessores compromissados e novos mandatos ficou quase trinta anos participando direta ou indiretamente da direção do município e garantiu a consolidação do planejamento, que até hoje ancora a excelente capital do Paraná.
Seja o primeiro a comentar sobre "URTICÁRIA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA"