Presenciamos ultimamente algo que nunca deixou de ser comum, mas que não era abordado e confrontado de forma tão enfática em outros momentos históricos: o racismo, conduta que vem gerando diversos tipos de manifestações pelo mundo.
Não é segredo e todos, até os menos informados sabem da história da escravidão que acoitou e ceifou vidas de afrodescendentes por séculos em todo o planeta. O que dizer do Apartheid, na África do Sul, país com grande maioria de pessoas negras, em que as cores diferentes de pele não se misturavam, criando uma subdivisão pautada no sentimento de supremacia e discriminação racial?
Podemos citar ainda, as perseguições aos povos indígenas que existem em nosso país, desde a colonização, ou o nazismo, de Adolf Hitler, que pregou o extermínio dos judeus, com o holocausto, e ceifou milhões de vidas, em uma busca doentia pela raça ariana.
No caso mais recente, o mundo se revoltou com a morte do norte-americano, George Floyd, que foi asfixiado por um policial branco, que utilizou o joelho para sufocá-lo, enquanto ele pedia para respirar, pedia para não morrer. Algo tão perverso que gerou manifestações em diferentes países do mundo. No brasil o caso do moto boy, Mateus Pires Barbosa, vítima de racismo e discriminação, ganhou grande repercussão e a reprovação foi tão intensa quanto as críticas direcionadas ao autor do crime.
Diferente do período escravista e do Apartheid, que significa “separação”, em que os atos discriminatórios eram banalizados e camuflados pelo corporativismo da cultura europeia, hoje o racismo vem sendo despido pelos meios tecnológicos, onde os autores das ações são flagrados em seus devaneios de supremacia racial.
Por trás da aparência, muitas vezes enganadora, de quem acredita mesmo ser superior devido a cor da pele ou origem, a verdadeira essência de pessoas desprovidas de princípios é exposta para o mundo, por meio de aparelhos celulares, câmeras de segurança e cinematográficas…meios tecnológicos utilizados por cidadãos, munidos de bom senso e respeito ao próximo.
As manifestações são constantes, assim como os flagrantes dos atos de intolerância, preconceito e discriminação de uma minoria que ainda vive o período da escravidão.
O racismo está nu e não consegue mais se esconder, pois em cada esquina alguém observa e denuncia. A cada ato discriminatório, manifestações a favor do respeito e da vida apontam para uma sociedade que não suporta mais a doença da intolerância. Sua carapaça não assusta mais como antes, mas gera vergonha e revolta.
Desnudo e acuado, esse mal está perdendo espaço nos meios sociais e isso não se trata de opressão aos brancos, o que até ressoa como ironia, mas sim de uma imprescindível evolução da espécie humana.
DARLEY CHAGAS OLIVEIRA SILVA
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