A ecologia sem ativismo político-ideológico

Pouco (ou nada) adiantou a ação dos lacradores que tentaram montar um ambiente hostil ao presidente Jair Bolsonaro na Cúpula de Líderes sobre o Clima. O discurso do brasileiro foi bem recebido e classificado como apropriado pela equipe do presidente norteamericano Joe Biden, anfitrião do evento que reuniu mais de 40 países e seus chefes de Estado. Isso também demonstra que, apesar das posições divergentes durante a campanha presidencial americana – onde Bolsonaro apoiava Donald Trump – os governantes optaram por tratar concretamente da administração e não de rusgas político-ideológicas.

As metas anunciadas, de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 e antecipar em 10 anos (de 2060 para 2050) a neutralidade na emissão de gases, anunciadas no discurso foram bem recebidas na conferência e principalmente pelos parceiros, todos preocupados com a sustentabilidade climática mundial. Também receberam o apoio de lideranças brasileiras, como Paulo Skaf, presidente da poderosa Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Nestas condições, é bem provável que o governo brasileiro consiga fechar acordos internacionais e receber recursos estrangeiros para a sua tarefa ambiental, apesar de todo o alarido e campanha de difamação que os adversários de interesses contrariados (boa parte deles de áreas completamente estranhas à ecológica) promovem dentro e fora do país.

Bolsonaro já removeu das posições-chave os militantes ideológicos que faziam política e os lucravam com a atividade ambiental. É importante que agora utilize recursos de Estado – até as Forças Armadas, se necessário – para transformar suas metas em realidade. Não pode permitir que a atividade ambiental continue como palanque eleitoral, ideológico e de interesses em vez de atender às necessidades das populações. Não podemos ser submissos a interesses internacionais, principalmente à cantilena de militantes de países que acabaram com as suas florestas e agora colocam seu olho gordo sobre a Amazônia. E muito menos nos sujeitar aos prepostos dessa gente e países que, a soldo d eles, vêm aqui defender seus interesses e até questionar nossa soberania. Quem não protegeu as próprias florestas não tem direito e nem moral para questionar o que fazemos da nossa e muito menos para nos pressionar.

É preciso compreender que o Brasil, abrigo da última grande floresta do mundo, também é um dos detentores de grandes economias que menos emitem gases nocivos para a atmosfera. As metas que os desenvolvidos estão anunciando como vantagens para os próximos anos e décadas já são presentes em nosso país. Os diferentes rankings nos colocam em 13º ou 14º lugar no mundo, tendo à nossa frente, como mais poluidores, China, Estados Unidos, Índia, Rússia, Japão, Alemanha, Irã, Arábia Saudita, Coréia do Sul, Canadá, México e Indonésia. Todos esses serão bem-vindos se quiserem e tiver condições de participar de nossos programas ambientais.

O governo brasileiro tem de manter pulso firme e ações propositivas e, também, neutralizar todos os aproveitadores que fazem da ação ambiental a escada para atingir seus interesses econômicos, políticos e ideológicos. É preciso trabalhar pelo ambiente objetivando todos os seres humanos do planeta e não só os que dele buscam tirar proveito em detrimento dos interesses coletivos.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) aspomilpm@terra.com.br

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