ENTREVISTA – A pesquisadora italiana Margherita Detomas encontrou uma rocha gêmea S.S. Arraya na Itália

Margherita Detomas

Da Redação

A jornalista, escritora e pesquisadora Margherita Detomas chegou da Itália para participar, como convidada especial e palestrante do II Congresso Mato-grossense de Ufologia e Parapsicologia realizado entre os dias 20 a 22 de maio em Barra do Garças/MT.

Apaixonada pela região desde 1996, duas vezes por ano, a jornalista passa temporada na cidade e região em busca de dados para embasamento de suas pesquisas.

A Prefeitura a homenageou no evento com uma “Moção de Aplauso e de Agradecimentos” pelo brilhante trabalho que vem realizando em prol da divulgação da cidade de Barra do Garças –MT (n° 057/2022 de 29/04/2022).

Ela lançou na Itália o livro “Città Invisibili” (Cidades Invisíveis) (ed. Writeupsite- Roma, 400 pp.) que em breve teremos a tradução em português. Trata-se de uma longa reportagem e pesquisa sobre a história lendária do Coronel Percy Fawcett desaparecido misteriosamente no Mato Grosso em 1925, na busca de uma cidade ou de vestígios de uma civilização antiga. A pesquisadora reconstruiu com detalhes a vida do britânico, desde suas primeiras explorações, a sua formação acadêmica, inclusive o grande enigma das coordenadas deixadas nos seus últimos relatórios em 1925.

Mais de 100 expedições saíram na busca dele e sem resultados. Um verdadeiro mistério da história brasileira. As pesquisas elaboradas pela jornalista com o sobrinho-neto de Fawcett, Timothy Paterson, sempre tiveram como ponto de partida a cidade de Barra do Garças-MT. Ela andou pela região junto com o condutor Durval Ferreira de Oliveira na procura dos vestígios líticos e megalíticos do Mato Grosso, apresentando-os no Congresso com embasamento nos arquivos de Mato Grosso, Estados Unidos e Londres por 25 anos.

Um capítulo do seu livro é intitulado: Será que Fawcett teve razão em procurar aqui sua cidade perdida? Na palestra, a pesquisadora e jornalista enfatizou que Cel. Fawcett inspirou e influenciou inúmeras obras ligadas a literatura e ao cinema tais como o personagem de “Indiana Jones”. As recentes descobertas sobre grandes geoglifos na Amazônia, Fawcett já mencionava ha 100 anos atrás sendo anunciado em primeira mão pela jornalista.

Margherita, qual é então a surpresa?

“Na palestra eu disse que a cidade de Barra do Garças -MT, além de ter muitos vestígios arqueológicos nas grutas, com surpreendentes marcas que foram deixadas pelo homem, como a Grutas dos Pezinhos (que é a mais antiga da região) ou a Gruta da Estrela Azul (veja fotos) o a Gruta Moretti.

Uma de minhas análises e a pedra que foi encontrada na beira do Rio, e que todos chamam de Pedra S.S. Arraya, com a data de 1871. Essa pedra deu origem a uma lenda ligada à uma garrafa de diamantes. Para os Índios os diamantes eram e são “as estrelas da terra”. Muitos correram atrás desse tesouro, mas nunca foi encontrado.

Pedra S. S. Arraya de Barra do Garças/MT – Credit: Durval Ferreira de Oliveira

Pedra na Ilha de Sardegna na Itália – Credit: lamiasardegnait

 De que tesouro trata-se?

‘Um tesouro no plano físico ou em um plano mais sutil? Essa pedra é um monumento de Barra do Garças, e merece uma colocação de proteção.

O leitor pode me fazer o seguinte questionamento: A pedra S.S. Arraya tem alguma ligação com as minhas pesquisas? O fato surpreendente é que eu foi convidada no ano 2021 para um Congresso dedicado as povos antigos da área do Mar Mediterrâneo na Ilha de Sardegna (na Itália), uma ilha maravilhosa que tem um patrimônio arqueológico muito importante. Quando estava pesquisando mais informações sobre o lugar, aconteceu algo incrível: vi uma pedra que lembrava para mim algo já conhecido, algo já visto. Lembrei-me da Pedra S. S. Arraya de Barra do Garças MT. O momento foi emocionante.

Logo liguei para meu grande amigo Durval Ferreira e pedi para ele ir tirar as fotos da Pedra na Praça dos Pioneiros de Barra do Garças. As fotos mostram em comparação, a Pedra da Sardegna e a Pedra de Barra. Um site da Sardegna fez as reconstruções da Pedra, os desenhos da Pedra de Barra foram feitas para o pesquisador brasileiro J. A. Fonseca. As duas rochas mostram capacidades tecnológicas líticas muito avançadas.

A pergunta é: porque existem rochas gêmeas em lugares do mundo tão longes? Uma das possíveis respostas é que a humanidade tem símbolos arquetípicos similares em todas as latitudes do globo terrestre. Mas porque as duas são tão parecidas, quase gêmeas? Esse é o mistério. São símbolos da fecundação? São símbolos de algum culto solar? São símbolos das orbitas dos planetas, são símbolos que marcam a força das águas ou algo maior? Precisaria de um bom estudo comparado sobre a estética simbólica para ter mais informações.

O Coronel Fawcett (que eu estudei por 25 anos), e o Timothy Paterson (que acompanhei por 12 anos até a fim da vida), estavam convencidos que em tempos antiquíssimos a nossa terra era habitada por uma civilização-mãe que teve as mesmas características, as mesmas formas de ver o mundo, a mesma simbologia e a mesma estética nas suas manifestações. Isto é meu pequeno presente para Barra do Garças, uma cidade que eu amo tanto. Gostaria muito que os especialistas pesquisassem com maior profundidade”.

Margherita, a sua busca continua?

‘Sim, minha busca continua e começou em 1996. Sempre tive o grande conforto de muitos amigos aqui de Barra, que me ajudaram nas pesquisas. Gostaria de falar o nome deles um por um, mas são muitos mesmo, e que mencionei no livro. Tive muitas ajudas da Prefeitura de Barra e do Estado de Mato Grosso, da Sema (que antes era Fema), das instituições que trabalham com os Índios, esses mesmos povos que me aceitaram com carinho. Sem eles não poderia ter escrito o livro que é dedicado à grande humanidade, a grande alma dessa região e a sua natureza. Essa região merece uma promoção especial, um carinho e uma consciência profunda da parte da população toda que mora aqui, para defender o seu passado remoto que esconde ainda muitos tesouros… Acho que estes são os tesouros da garrafa que ainda estão escondidos…

De que fala seu livro?

“O livro “Cidades Invisíveis” foi dividido em quatro partes: a reconstrução da última expedição do ano 1925 em Mato Grosso do Coronel Fawcett, junto com o filho dele e com amigo R. Rimell. Desde este momento não se sobe mais nada deles. Esse e o grande enigma. Na segunda parte descrevi a vida de Timothy Paterson (o sobrinho-neto que chegou 50 anos depois do desaparecimento do parente dele) a personalidade de Fawcett e da sua esposa Nina Paterson.

pesquisei as primeiras missões de Fawcett no Sri Lanka, e no mundo inteiro, depois como topógrafo especializado da Royal Geographical Society de Londresno Sul America entre 1906 e 1914, e as sua explorações no Brasil dos nos 1920-21 como arqueólogo, à sua amizade com os grande escritores e britânicos Arthur Conan Doyle e Henry Rider Haggard, e o grande mito de Eldorado/ElDorado.

Na terceira parte enfrentei a questão indígena, com os mistérios, as áreas do Roncador e do Xingu. Foram centenas de expedições que saíram na busca dos três britânicos, e eu coloquei todas elas em ordem cronológica junto com o assunto do Manuscrito 512 do 1753 que está agora na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e o mistério da estatueta, que desapareceu com o explorador britânico.

Nos últimos capítulos descrevi as minhas expedições na área dos Xavante e do Xingu que foram envolvidos no “caso” Fawcett, com minhas conclusões, juntos com algumas pesquisas arqueológicas que em todos esses anos consegui realizar nestas regiões, respondendo sempre à pergunta: Fawcett teve razão em procurar aqui a sua cidade perdida?”

 

 

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