Credibilidade da mídia brasileira deve ser protagonista na era da pós-verdade

Fábio Gallo, presidente da ANER

Presidente da ANER, Fábio Gallo, destaca o papel da apuração jornalística em meio ao crescimento do consumo de notícias falsas e alternativas

São Paulo, 24 de março de 2017 – O mundo passa por constantes transformações. Um fenômeno que vem acompanhando o crescimento do volume de informações que recebemos e compartilhamos foi consagrado pelo Dicionário Oxford como o termo do ano de 2016: A pós-verdade. A nova palavra vem ganhando notoriedade, principalmente – mas não só –, no universo político e jornalístico e se resume a circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência para a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais.

O crescimento das ferramentas online de propagação das notícias como as redes sociais e a quantidade de fontes alternativas, têm aumentado, expressivamente, o consumo das chamadas fake news, produzindo, segundo o presidente da Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), Fábio Gallo, uma maior tolerância e indiferença com a verdade dos fatos. “As fake news sempre existiram, mas hoje, com o alcance e força da internet ganharam proporções alarmantes. É difícil até mensurar e identificar”, ressalta o executivo.

Às vésperas de realizar o fórum “O papel da Mídia Brasileira na Era da Pós-Verdade”, no próximo dia 4 de abril, em São Paulo, Gallo reitera o protagonismo da entidade, do jornalismo profissional e das empresas de comunicação neste cenário. “É uma oportunidade de as organizações que prestam um serviço ético, crível e essencial despertarem na sociedade a consciência sobre a credibilidade da notícia e os processos que envolvem a apuração com rigor editorial”.

Para se ter uma ideia da ascensão do termo, a palavra pós-verdade teve um crescimento de buscas realizadas por meio do Google, no último ano, de mais de 20,2 milhões de citações em inglês, 11 milhões em espanhol e 9 milhões em português. Muito deste “sucesso” é oriundo das polêmicas e reflexos gerados a partir de declarações do então candidato e hoje presidente, Donald Trump à época da eleição americana.

No Brasil, tivemos, recentemente, episódios repletos de teorias sobre a causa da morte do então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavaski. “Em ambos os casos citados, e em tantos outros, há uma predileção por versões de boatos a fatos, com sérias consequências à sociedade”, explicita Gallo.

De acordo com o representante da ANER, a realização do Fórum, que conta com o apoio da ABERT, ABRACOM, ABRAJI, ANJ e Instituto Palavra Aberta, deverá trazer luz ao debate sobre o protagonismo do processo jornalístico e, a exemplo do que já vem ocorrendo no mercado de comunicação, pautará a imprensa durante os próximos meses. “O momento de reflexão é bastante propício e necessário, uma vez que no próximo ano teremos eleições no Brasil e as pessoas deverão diferenciar as referências informativas”, conclui o presidente da ANER.

Serviço:

“O Papel da Mídia Brasileira na era da Pós-Verdade”.

Data: 4 de abril de 2017.

Horário: 8h15 às 12h30.

Local: Hotel Tivoli / Mofarrej – Alameda Santos, 1.437 – Cerqueira Cesar – SP.

Inscrições: (11) 3030-9390 ou http://aner.org.br/o-papel-da-midia-brasileira-na-era-da-pos-verdade/

Informações: www.aner.org.br.

Sobre a ANER

A ANER – Associação Nacional de Editores de Revistas é uma entidade nacional, sem fins lucrativos, que representa as editoras de revistas periódicas de consumo. Foi fundada em 1986 com o objetivo de promover e defender os interesses comuns do mercado de revistas, editorial e comercial, nos seus mais diversos segmentos, tanto em impressão como por mídia eletrônica. Mensalmente, são lançados cerca de 2.000 títulos de revistas, distribuídos nos 30 mil pontos de vendas de bancas brasileiras.

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