Ex-prefeito exigia pagamento de contas pessoais com propina e tentou atrapalhar investigações

Foto: Reprodução

O ex-prefeito de Confresa (1.167 quilômetros de Cuiabá), Gaspar Domingos Lazari (PSD), exigia que as empresas que participavam de um esquema que desviava dinheiro da construção de pontes no município pagassem suas contas pessoais como forma de propina. Dívidas de hotéis, boletos e até conta de energia foram quitadas pelos envolvidos. A prisão preventiva foi decretada, segundo a Polícia Federal, porque ele estava tentando atrapalhar as investigações. A segunda fase da ‘Operação Tapiraguaia’ foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (22), em Cuiabá e outras cidades de Mato Grosso.

“O ex-prefeito de Confresa, além de pegar o dinheiro em espécie, em transferências bancárias, ele passava suas dívidas, boletos, até energia elétrica e mandava os empreiteiros pagarem. Então ele criava dívidas em hotéis em Cuiabá, onde ele fosse e falava para o empreiteiro pagar a conta. Boletos dele, dívidas da família”, explicou o delegado Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal.
 
Esta operação, conforme a Polícia Federal, é uma continuação da primeira etapa da ação que leva o mesmo nome. O esquema desviava todo tipo de dinheiro, segundo as investigações.
 
O delegado ainda explica que houve pedido de prisão preventiva contra o ex-prefeito porque ele estava tentando atrapalhar as investigações. “Depois da primeira etapa ele começou a fazer correria para sumir com provas. Além disto, tentava desfazer testemunhos e desconstruir as provas, estava interferindo no processo”.
 
Gaspar Domingos Lazari foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) em abril deste ano, sob acusação de fraudes nos processos licitatórios referentes às áreas de saúde, educação e infraestrutura rural do município de Confresa. A apresentação das denúncias faz parte da 1ª fase da Operação Tapiraguaia, desencadeada em janeiro. Outras 23 pessoas também foram citadas.

Segunda fase

A segunda fase é resultado da análise dos dados bancários e dos objetos apreendidos durante a primeira fase da operação, ocorrida em 30 de janeiro deste ano. O material aponta que o ex-deputado teria montado um esquema criminoso em conluio com empresários e prefeitos de Confresa e Serra Nova Dourada.

Segundo as investigações da Polícia Federal, mais de R$ 600 mil teriam sido utilizados para pagamento de proprina. 

Os investigados irão responder por organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e crimes licitatórios, podendo pegar até 40 anos de prisão.

Participam da ação mais de 30 policiais federais e servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), que cumprem 12 mandados de busca e apreensão, três prisões preventivas e sete medidas cautelares nos municípios mato-grossenses de Cuiabá, São Félix do Araguaia, Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia, Apiacás e também em Brasília (DF).

O nome da operação faz referência à palavra “Tapiraguaia”, primeiro nome do município de Confresa/MT. O termo é uma junção das palavras “Tapirapé” e “Araguaia”, dois rios da região norte mato-grossense.

Foram decretadas as prisões preventivas do ex-procurador do município e ex-assessor parlamentar, Marcelo Luiz Faustino Pereira; ex-prefeito de Confresa, Gaspar Domingos Lazari e Wilton Rodrigues Baracho.
 
Foram expedidos mandados de busca e apreensão contra: Meudra Pereira dos Santos; ex-deputado federal Valtenir Luiz Pereira; ex-prefeito de Confresa Gaspar Domingos Lazari; Marcelo Luiz Faustino Pereira; BSB Consultoria; Public. Assessoria e Consultoria LTDA; Wilton Rodrigues Baracho; Wildson Rodrigues Baracho; ex-prefeito de Serra Nova Dourada, Edson Yukio Ogatha; Acacio Alves Souza; Markus Tulio Ferro de Brito; Rodrigo Zacarias Aleixo e Rita de Cassia Morais Ribeiro ME.
 
Além disto, a Justiça também decidiu pelo sequestro de bens em desfavor de Edson Yukio Ogatha; Valtenir Luiz Pereira; Gaspar Domingos Lazari; Acacio Alves Souza; Marcelo Luiz Faustino Pereira; BSB Consultoria; Public. Assessoria e Consultoria LTDA e Wilton Rodrigues Baracho.

Olhar Direto/Wesley Santiago

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