PAULO BATISTA – “O GUERRILHEIRO DAS PALAVRAS” (IX)

Quando começaram a surgir os primeiros indícios de que alguma coisa obscura estaria pairando sobre atos do governo Lulopetista, objetivando encobrir possíveis acordos beneficiando países ideologicamente alinhados e/ou a próprios integrantes da cúpula governista, setores da imprensa começaram a cobrar explicações.

Pressionado por um e outro repórteres, que logo eram taxados de importunos e, alguns até massacrados pela opinião pública, o chefe da nação que conquistara admiradores por todo canto do Brasil e do mundo, virtualmente argumentava: “Tudo o que andam falando do meu governo é mentira. Pura invenção daqueles que governaram este país por tanto tempo e nunca pensaram nos pobres. A prioridade do meu governo é permitir a cerca de 50 milhões de brasileiros o direito ao café da manhã, almoço e jantar”.

Naqueles tensos momentos vividos pelo Lulopetismo A Gazeta do Vale do Araguaia, de prontidão, ia informando aos seus leitores, semanalmente, tudo o que vinha ocorrendo lá pelas bandas do Planalto e, como diria Paulo Batista, O Guerrilheiro das Palavras: “Precisamos estar atentos contra a onda do estrelismo vermelho que poderá se transformar num tsunami de proporções inimagináveis”.

Às vezes o jornalista saía a percorrer savanas do imaginário, quando ia se deparando ao longo do percurso, com bando de hienas, predadores obstinados da soberania popular, devorando suas presas; aí então se perguntava: “É a lei da sobrevivência na selva ou o poder selvagem?”… Seguia adiante, uma vez ou outra olhava para trás e, numa daquelas olhadas, notara que os mamíferos hienídeos já não mais estavam no lugar que os vira antes, e sim outros animais menos ferozes que se aproveitavam dos restos dos alimentos deixados pelas hienas.

De volta à realidade, ouve o telefone tocar, vai lá e atende. Do outro lado da linha uma fonte lhe passa informações… Ele não fala, apenas ouve e vai anotando tudo… uns dez ou quinze minutos depois, gentilmente agradece e desliga o aparelho. Sente um calafrio por todo o corpo, enquanto se dirige à escrivaninha onde está sua Olivetti, companheira inseparável, e começa a redigir; no prazo de uns quarenta minutos a matéria está pronta. Lê, relê, faz algumas alterações e a encaminha à prensa para ser veiculada na edição 1405 de 26 de janeiro de 2018 com o título: Lula é condenado a 12 anos de prisão.

Já passam das 23h quando deixa a redação do jornal e caminha pelas ruas da cidade ainda movimentadas; vai ao encontro de amigos com quem costuma se reunir e reflete: “Não vou adiantar a eles nada sobre a notícia; o jornal vai circular logo cedo amanhã”.

Como de costume, e já atrasado, cumprimenta um por um os amigos ali presentes, enquanto um deles, o mais palpiteiro, estende-lhe a mão parabenizando-o: “acabo de ler sua matéria de capa. Você tinha razão ao dizer que um dia isso ia acontecer”.

O jornalista não fica surpreso ao ouvir do amigo que ele já tinha tomado conhecimento do que acabara de escrever horas antes… Ato contínuo, retira da bolsa o celular e acessa www.agazetadovale.com.br.

Lula é condenado a 12 anos de prisão.

“Com o aumento e ratificação da penalidade em segunda instância, fica decretado o desmanche do Partido dos Trabalhadores. Depois que seus “generais” foram presos, Lula ainda tentou, por todos os meios, evitar a sua derrocada. Mesmo com banca de advogados experientes, o ex-presidente não conseguiu sair das imprudências inseridas na sua vida pregressa. E tem mais seis processos que ainda serão julgados. Agora falta as penalidades dos peemedebistas que ainda estão soltos, para que o Brasil se sinta livre de muitos corruptos. Desta fornalha nem o ministro Gilmar Mendes poderá salvá-lo…”

Decorridos um ano, nove meses e 13 dias da publicação da matéria acima (26/01/2018 – 08/11/2019), a imprensa nacional noticia: “Supremo derruba prisão em segunda instância” e, menos de 24h depois, Lula deixa o cárcere da Polícia Federal em Curitiba – PR onde estava preso.

Peço vênia ao ilustre articulista tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social das Polícias Militares de São Paulo), para inserir o 3° parágrafo da matéria por ele escrita e publicada na versão online deste semanário, A Gazeta do Vale do Araguaia, com o título: STF, as penas e sua execução – 08/11/2019, que diz:

“O STF tem o dever e a legitimidade para decidir conforme entendem ou querem seus ministros, todos investidos de fé pública. Mas, além de determinar o como proceder, tem também o dever de zelar para que de seus atos não resulte o caos. Tanto Lula quanto outros políticos condenados e até os anônimos criminosos comuns que vierem a ser beneficiados pela medida terão de cumprir as obrigações e ritos decorrentes de suas penas. As instituições têm de ser capazes para, por exemplo, impedir que o ex-presidente e outros condenados, não podendo ser candidatos, por não deterem ficha limpa, atuem capitaneando candidaturas de terceiros ou fazendo mobilizações contra os governos, as autoridades e as instituições. É preciso observar que, mesmo libertos, não foram absolvidos e nem indultados e, por isso, continuam sujeitos a restrições”.

Concluo deixando aqui uma pergunta: – Mesmo informado de que as estratégias utilizadas nas batalhas anteriores da guerra contra a corrupção no Brasil foram decisivas para as vitórias alcançadas até então, o Alto Comando recuou, ordenou o cessar fogo e a retirada das tropas. Por quê?

Nico Miranda – Jornalista escritor, Anistiado Político

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