Crônica: Gafes

Rodrigo Alves de Carvalho

Quem nunca cometeu uma gafe na vida? Uma palavra usada o momento errado, um esquecimento momentâneo ou até mesmo, a certeza de que se está fazendo a coisa certa, mas na verdade aquilo está totalmente equivocado.
Esquecer nomes de pessoas talvez seja a mais corriqueiras das gafes:
– Meu amigo João! Quanto tempo rapaz!
– Oi?
– Não está lembrado de mim João? Estudamos juntos. Éramos amigos de escola.
– Acho que me lembro de você…
– Então João…
– Mas meu nome não é João… é Leovegildo!
Tem também aquelas gafes quando queremos impressionar um público mais culto dizendo palavras difíceis. O problema é quando a palavra é tão difícil que nem a gente sabe o que significa:
– Sabe quem vem pra cidade semana que vem?
– Quem?
– O Giovani. Ele ficou tanto tempo fora, viajando por vários países do mundo que agora fala várias línguas… virou “troglodita”.
– Que?! Não é troglodita… é “poliglota”.
Mas já é tarde e a cara já está no chão.
Outra gafe frequente é quando falamos de alguém para uma pessoa e sem sabermos essa pessoa é parente da pessoa que estamos falando:
– Cara. Começou a trabalhar lá na loja uma loura que é a coisa mais linda do mundo! Olhos azuis e um corpo maravilhoso!
– Pô cara… é minha irmã!
Em todo caso, essa gafe não é das piores, já que você está elogiando a pessoa. O problema é quando acontece desse modo:
– Cara. Começou a trabalhar lá na loja uma baranga que parece o cão chupando manga. A mulher é tão feia que deve ser da família monstro! Que coisinha mais horripilante de feia!
– Pô seu estupido… é minha irmã!
Neste momento você tem duas opções:
Ou diz que é brincadeira e mostra seu melhor sorriso amarelo, ou confirma tudo o que disse e ainda fala que ele é mais feio que ela e sai correndo, na esperança que o rapaz não seja mais veloz que você.
Para terminar temos que ter consciência de que as gafes fazem parte da vida, para o bem ou para o mal. Só é preciso começar a se preocupar quando ao invés do rapaz dizer: “Pô cara… é minha irmã!” Ele dizer: “Pô seu estúpido… é minha mãe!”

Rodrigo Alves de Carvalho nasceu em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários em vários estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas. Em 2018 lançou seu primeiro livro individual intitulado “Contos Colhidos” pela editora Clube de Autores.

Seja o primeiro a comentar sobre "Crônica: Gafes"

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado.


*