NÃO SOUBEMOS CRESCER

Nos últimos trinta anos vimos Barra do Garças consolidar sua personalidade urbana, atingindo sua maturidade e delineando seu futuro. Não fossem as crises internas e externas que enfrentou nesse período e que provocaram muitos passos atrás frente àqueles duramente alcançados, o município seria até hoje o segundo do estado.

Fomos superados por neomunicípios emancipados após a divisão territorial e política do antigo estado de Mato Grosso. Não podemos esquecer que tais municípios também enfrentaram crises, principalmente as externas, que também causaram transtornos e retrocessos, porém Barra do Garças foi mais profícua em criar crises internas, políticas e político-econômicas, que colocaram um freio travado em seu desenvolvimento.

No momento da divisão e criação do atual estado de Mato Grosso, Barra do Garças era, sem qualquer discussão ou sombra de dúvidas, o município de maior potencial de desenvolvimento, dotado de infraestrutura superior a qualquer de seus pares, salvo a capital, e detendo o maior poderio político do estado, também só superado por Cuiabá.

Não fomos capazes de aproveitar o potencial agropecuário, aplicando aqui as técnicas modernas que levaram outros municípios a se firmarem como grandes produtores agrícolas, sem que perdêssemos nossa original e fortíssima característica pecuária. Só aí seríamos insuperáveis, produzindo proteína animal em larga escala e explorando o plantio de grãos nas áreas já degradas naquela época e nas áreas remanescentes da exploração racional da pecuária de corte.

Também não fomos capazes de aproveitar o potencial graciosamente ofertado pela inclusão nos limites da Amazônia legal que, em face de sua localização geográfica, nos posicionou como o maior potencial de polo agroindustrial e logístico para todo centro-oeste.

Quedamos inertes frente a discussão da hidrovia Araguaia-Tocantins, não demonstrando o menor interesse na iniciativa, não investido em iniciativas políticas junto aos governos estadual e federal e vendo a banda passar enquanto outras localidades faziam surgir suas vias hidroviárias de escoamento e transformavam sócio-político-economicamente suas comunidades.

Mesmo agora continuamos paralisados e longe da discussão da malha ferroviária mato-grossense, que vai passar ao norte e ao sul de Barra do Garças, fadando o município a maior esquecimento e retrocesso.

Narramos fatos irrefutáveis e afirmamos que só ocorreram pela total incapacidade de nossos dirigentes de formular, planejar e lutar pela realização de grandes projetos regionais envolvendo Barra do Garças e que se mostram plenamente satisfeitos com os resultados decepcionantes que conseguimos obter nos últimos trinta anos.

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