Julho Amarelo alerta população sobre risco das hepatites virais

Disponível em todas as unidades de saúde, o teste é o primeiro passo para a cura

Rose Velasco | SES-MT

O Julho Amarelo é a campanha que alerta para a conscientização e prevenção às hepatites virais. Um exame simples e gratuito pode salvar vidas; o teste é rápido e é feito em unidades de saúde municipais. A testagem é importante para identificar a doença, o tipo de hepatite e definir a forma do tratamento a ser feito.

De acordo com Regina Nascimento, técnica do Programa Estadual de Controle das Hepatites Virais da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), as hepatites virais são consideradas doenças silenciosas e que podem evoluir para o quadro crônico se não forem diagnosticadas precocemente e tratadas.

“São classificadas como um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo e se caracterizam por meio de inflamação do fígado. As doenças podem ser causadas por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas”, esclarece.

No Brasil, existem 638.814 casos confirmados de hepatites virais, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. Em Mato Grosso, no ano de 2019, foram confirmados 449 novos casos de hepatite tipo B e 199 de hepatite tipo C; não houve notificação de hepatite tipo A. É importante frisar que os dados de 2019 são parciais, visto que o banco de dados só será fechado em outubro de 2020.

Sintomas

Os sintomas das hepatites são: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A B e C. Existem, ainda, os vírus D e E – este último mais frequente na África e na Ásia.

Milhões de pessoas no Brasil são portadoras do vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina, que detectam a hepatite.

Prevenção e Tratamento

Para saber se há a necessidade de realizar exames que detectem as hepatites, é necessário observar se já houve exposição a algumas dessas situações:

– Contágio fecal-oral ou condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos;

– Transmissão sanguínea por meio da prática de sexo desprotegido ou compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam;

– Transmissão sanguínea da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação.

A melhor forma de evitar a doença é melhorando as condições de saneamento básico e de higiene. São práticas aconselhadas:

– Lavar as mãos após ir ao banheiro ou trocar fraldas, e antes de comer ou preparar alimentos;

– Lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;

– Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e carne de porco;

– Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;

– Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto;

– Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol d’água que alimenta o poço.

Em relação à hepatite tipo B, considerada uma doença sexualmente transmissível, existe uma vacina que previne a doença. É importante tomar as três doses, entre meninas e mulheres de 10 a 49 anos.

Para a prevenção, também é recomendável o uso de preservativos masculino e feminino, disponíveis na rede pública de saúde.

A mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar a hepatite, a AIDS e a Sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e amamentação.

Não existe vacina contra a hepatite C, mas evitar a doença é muito fácil, destaca Regina Nascimento: “Para prevenir, basta não compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato com sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes”.

Para mais informação sobre as hepatites virais e sobre as formas de tratamento, ligue para o Disque Saúde (136).

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