Hertz da Silva
Desde o início dos mandatos do prefeito Roberto Farias, ora em seus estertores, houve um afastamento natural entre A Gazeta do Vale do Araguaia e o prefeito e seus seguidores, por divergências pessoais, políticas e até econômicas. No segundo mandato o relacionamento desceu aos menores níveis, reduzido a um quase nenhum relacionamento jornalístico ou social.
Com os primeiros passos do caminho político trilhados para as eleições de 2020, começou a ficar claro que estava havendo uma aproximação cada vez mais sólida e em bloco entre a enorme maioria dos órgãos de imprensa barra-garcenses e até estaduais com Farias, que fixou a política de isolar nosso periódico.
Não é perfil d’A Gazeta estabelecer relações políticas e sociais muito densas com os governos municipais de nossa região, muito em função de nossa linha de independência de opinião. O prefeito Roberto Farias não entendeu essa nossa conduta editorial e isolou completamente nosso semanário e sua equipe das atividades municipais, considerando, provavelmente, que não possuíamos peso de opinião para interferir no andamento do pleito que se avizinhava.
Tratamos a administração de Barra do Garças no mesmo tom como éramos tratados, noticiando o dia-a-dia com parcimônia e os assuntos controversos envolvendo o prefeito e a prefeitura com o máximo de cobertura e informação. Infelizmente, embora nada tenha havido diretamente entre nosso jornal e o vice-prefeito Weliton Marcos, o esfriamento com a liderança atingiu seu primeiro auxiliar, prejudicando qualquer divulgação política versando sobre as eleições.
Sem qualquer vínculo político ou econômico com qualquer dos candidatos, A Gazeta decidiu adotar uma política pró-eleitor, buscando divulgar o máximo de informações sobre os postulantes à primeira cadeira do município. Nesse caminho pudemos constatar que os candidatos com histórico político na cidade também não possuíam referencial passado de referência aceitável, com inúmeros questionamentos de falhas administrativas e até envolvimento policial.
No caso do vice-prefeito Weliton Marcos a situação não lhe foi favorável, pois, por ser vice de Farias e ter indicação à sua sucessão, acabou seriamente respingado pelos escândalos que pontuaram principalmente o segundo mandato do prefeito. Quanto a Paulo Raye pouco tem a ser dito, uma vez que o relacionamento com o ex-prefeito, desde a sua administração anterior, sempre foi conflituoso e A Gazeta teve importante participação no histórico político do ex-mandatário.
Nesse quadro, ficou claro para o eleitorado de Barra do Garças que haviam dois candidatos fora das exigências mínimas para o cargo que pleiteavam; dois candidatos ainda em fase de germinação, com futuro crescimento político; e um candidato com perfil totalmente novo na cidade, desvinculado das forças atuantes e lideranças políticas envolvidas nas lides municipais e com grande potencial para liderar os novos rumos que buscamos e vamos atingir.
Com o noticiário semanal se intensificando na área política e sem qualquer interferência de qualquer candidato, as notícias negativas contra alguns e a importância de um novo perfil na direção do município se acentuaram e o crescimento do prefeito eleito e o recuo dos demais candidatos ficou patente, levando o primeiro à vitória no pleito.
Para nós d’A Gazeta do Vale do Araguaia foi um orgulho termos tido influência tão definitiva na escolha do eleitorado, através de um processo inédito na cidade, onde o candidato se elegeu com poucos recursos, com as notícias e opiniões confiáveis concentradas em nosso periódico, mostrando ao eleitor que o novo caminho era a melhor opção para mudarmos os rumos da política em Barra do Garças, sem que tivessem sido necessários acordos, conchavos ou mídia fabricada para influenciar as eleições de 2020.
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