“OPERAÇÃO CHAPÉU DE PALHA”

Deputados estaduais e prefeituras de MT são alvos dos mandados que são cumpridos pela PF

Welington Sabino/Folha Max

A Operação “Chapéu de Palha” deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta última quarta-feira (9) tendo a Assembleia Legislativa de Mato Grosso como um dos locais onde são cumpridos mandados de busca e apreensão é resultado de um inquérito policial instaurado em março de 2019. Conforme o processo relacionado à investigação, inicialmente houve pedido de prisão temporária. Um dos crimes investigados é a lavagem de dinheiro ou ocultação de bens relacionados a licitações, contratos e pagamentos utilizando dinheiro público.

Ao todo, são cumpridos 39 mandados de busca e apreensão autorizados pelo desembargador federal Olindo Menezes. A Polícia Federal de Rondonópolis (212 km de Cuiabá), que conduz a investigação, não confirmou a existência de qualquer ordem de prisão, o que sugere que o magistrado não autorizou a prisão temporária de qualquer investigado, conforme fora solicitado inicialmente. Um dos responsáveis pela investigação é o delegado Evandro Iwasaki da Silva, da delegacia de Rondonópolis.

Dentre entre os alvos os deputados estaduais Dilmar dal Bosco (DEM) e Ondanir Bortonlini, o Nininho (PSD), o suplente de deputado Romoaldo Júnior (MDB), que está no exercício do cargo, e o ex-deputado Mauro Savi (DEM). Gabinetes e imóveis residenciais ligados aos políticos foram visitados pelos agentes da Polícia Federal. No caso de Romoaldo, os locais que sofreram buscas foram a Assembleia Legislativa e uma casa ligada a ele no município de Alta Floresta (803 km de Cuiabá).

No caso do deputado Nininho, seu gabinete no Legislativo e uma casa no município de Itiquira, que seria da mãe do parlamentar, foram alvos de varredura efetuadas pelos agentes da PF. No gabinete, um servidor foi autorizado a acompanhar a ação enquanto os demais servidores ficaram nos corredores da Casa aguardando o término das buscas para serem autorizados a acessar as dependências do gabinete.

O desembargador, relator do caso, autorizou a apreensão de agendas, planilhas, anotações, recibos, documentos de transação bancária, além de arquivos eletrônicos e seus respectivos suportes físicos como tablets, smartphones, notebook, HDs, laptops, pendrives, CDs, DVDs e agendas eletrônicas. Olindo Menezes também autorizou a apreensão de dinheiro em espécie, em moeda nacional ou estrangeira que excedam ao valor de R$ 10 mil, que foram encontrados nos locais indicados nos mandados.

Uma das orientações é que cada busca e apreensão deve concentrar-se em documentos, materiais informatizados que incluem mídias de uma maneira geral, ou físicos relacionados com as licitações, contratos e pagamentos relacionados com a investigação.

Em nota, a Polícia Federal informou que a Operação Chapéu de Palha investiga fraudes à licitação e pagamento de propina a agentes públicos. Explicou que os 39 mandados de busca e apreensão são cumpridos nos seguintes municípios de Mato Grosso: Rondonópolis, Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Alto Taquari, Itiquira, Juscimeira, Jaciara, São Pedro da Cipa, Dom Aquino e Alta Floresta. Ainda, foi expedido um mandado para ser cumprido na cidade de Votuporanga (SP).

Ao todo, foram empregados mais de 130 policiais federais no cumprimento das ordens judiciais. A Controladoria Geral da União (CGU) participou da fase preliminar de levantamento das informações. No decorrer do andamento do inquérito, o inquérito foi remetido para a Procuradoria Regional Eleitoral em pelo menos 4 ocasiões diferentes para receber parecer sobre os pedidos formulados pela Polícia Federal.

ALVOS
Além de gabinetes na Assembleia Legislativa e residências ligadas a deputados, estão sendo cumpridos mandados na casa de eventos Arcos da Lapa, no bairro Campo Velho, em Cuiabá. Um prédio de luxo no bairro Santa Rosa também é alvo da operação.
Policiais também cumprem mandados em prefeituras e Câmaras de Vereadores no interior.

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