José Elias Fernandes
Mara Nei promoveu uma festa para receber as amigas no aniversário. Uma delas prometeu levar o bolo para a hora dos parabéns.
Animação geral: muita música, cantoria, dança, brincadeiras as mais diversas, até se aproximar da meia noite, hora dos parabéns. Todos já rodeavam a mesa enfeitada, querendo começar as palmas; porém, cadê o bolo? Aí alguém observou que a amiga que prometera o bolo ainda não aparecera. Olha daqui, procura dali, chama dacolá, até constatar que ela realmente havia dado o bolo na festa, ao invés de levar o bolo da festa.
Um tanto constrangida, Mara tenta comunicar-se-lhe ao telefone e…nada. Liga para o seu marido, que também não atende. “Que estranho! Fulana é tão atenciosa. Que mistério terá acontecido?”Diante do espanto geral, só havia uma solução: procurar outro bolo. Mas, aonde encontrar, numa hora dessa?
Alguém sai às pressas, até descobrir uma panificadora de plantão. Não demorou muito e chega com um bolinho mirrado, ressecado, bem feinho. Não importa! Colocam-se-lhe a vela, toda enfeitada, e ecoam os parabéns, ainda com mais alegria. Tudo resolvido, para o momento. Mas aquela Amiga terá de dar explicações. Mara não deixará por menos. Áh, isso nunca!
Mal acordara no dia seguinte a Tal distraída recebia enérgica cobrança do bolo. Justifica de uma forma, tenta se desculpar de outra. Pede mil desculpas e não consegue se livrar da severa cobrança. A certa altura da conversa, faz um apelo à aniversariante:
–Mara, afinal de contas o que devo fazer para compensar minha tão lamentável falha?
–Muito simples: promova outra festa pro meu aniversário e tudo fica resolvido, numa boa.
Pois não há de ver que a Amiga atendeu a sugestão – ou provocação – e organizou outra bela comemoração de aniversário, com um lindo bolo, todo confeitado, prorrogando as comemorações do aniversário.
Ô bolinho que saiu caro! Mas compensou, por tanta alegria e diversão.
Fevereiro/2023.
Seja o primeiro a comentar sobre "Crônica – Pagou o bolo com uma festa"