Uma Nação em sobressalto…

Nem bem terminou o defenestramento da elegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro – o que ainda poderá provocar muitas polêmicas – as vistas da população são atraídas para a reforma tributária, que poderá mexer no bolso de todos nós. O tema é tratado como de altíssima relevância e até provocou reunião de líderes partidários em pleno domingo, em Brasília, algo altamente incomum. O esforço agora será para a matéria ser votada (e, de preferência, aprovada) até o final da semana. Quem cuida disso é o presidente da Câmara, deputado Arthur Lyra, hoje convertido em governista a peso de muita emenda parlamentar que leva dinheiro para o seu Estado e muitos cargos que fazem a alegria de seus correligionários e dele próprio,&nbsp ; pois çlde garantir a reeleição.  Ao mesmo tempo, o presidente Lula da Silva parte para a Argentina, onde insiste em dar sua ajuda ao país vizinho, em dificuldade econômica, e deve assumir a coordenação temporária do Mercosul, tendo em pauta as dificuldades (impostas pela França) ao acordo do bloco com a União Européia.

O sentimento é de que dificuldades não faltarão. Adicionalmente, corre a notícia de que, apesar  da desoneração de tributos para a venda do carro popular – que deu uma derrubada geral nos preços de mais de uma dezena de modelos – os pátios das montadoras ainda estão cheios e duas delas – as maiores do mercado brasileiro – pretendem parar a produção durante dez meses. Isso, sem falar que já tivemos férias coletivas em diversas plantas cujos produtos não eram absorvidos pelo mercado nos últimos meses.

Somam-se às dificuldades já reveladas, as propostas de aumento da carga tributária  em alguns setores, que levam os players das áreas a reagir. É o caso dos supermercados que – através de sua associação – afirmam que se o governo implantar a reforma tributária nos níveis contantes das propostas, haverá um impacto de 60% no preço da cesta básica de que depende a camada mais pobre da população. É um problema que poderá provocar fome. Não dá para desconsiderar, ainda, as desavenças do Presidente da República com o Banco Central por conta do nível dos juros estabelecidos pela instituição. 

Outro fator desestabilizante está na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de ao vestigação) sobre o quebra-quebra de 8 de janeiro, onde governo e oposição se embatem e poderão não chegar ao aconselhável ponto de identificar os responsáveis.  De outro lado, a pendência dos mais de mil presos e processados por conta daqueles acontecimentos. A polarização política e um quadro que leva à sensação de incerteza.  Tudo isso somando-se ao fato de que já começam os conchavos e tratativas para as eleições municipais, que acontecerão no próximo ano e, desta vez, deverão ser palco da disputa acirrada entre direita e esquerda.

 É de se esperar que o governo  tenha condições de cumprir a sua tarefa e tirar o País da provisoriedade em que hoje estamos vivendo. Que, nessa mesma direção, os congressistas se empenhem para que a legislação a ser aprovada seja compatível às necessidades nacionais.. E que, num futuro próximo, as relações dos poderes se concretizem dentro de um espírito mais republicano, cessando as benesses, as duvidosas emendas parlamentares,  a irrigação de interesses particulares e outros quetais que sangram o erário e retardam o  desenvolvimento. Quando isso acontecer, a maioria dos problemas nacionais estará resolvida…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) aspomilpm@terra.com.br    

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