PAULO BATISTA – “O GUERRILHEIRO DAS PALAVRAS” (V)

Abro a edição de número 1371, de 12 a 18 de maio de 2017 de A Gazeta do Vale do Araguaia e ali na página 2 leio:

O País na encruzilhada

Sempre há um momento crucial; um momento que nos leva à reflexão. No Brasil, como também em outras nações adjacentes, está havendo uma expectativa muito grande no concernente a mudanças, tanto política, quanto administrativa através da busca de outros patamares; outros ângulos.

No Brasil, no pós-governo militar (que era melhor do que muitos pensavam) ocorreram muitas tentativas de se planejar um futuro melhor para o nosso País. A expectativa era muito grande, mas as diferenças eram maiores, pois a ganância era pródiga em alguns setores que estavam sequiosos em alcançarem o maná.

Depois de muitos percalços e até de conquistas do governo Fernando Henrique Cardoso surgiu no horizonte profundos ventos que prenunciavam a formação de tsunamis, como de fato ocorreu, com o mando de Lula e seus correlatos.

Uniram-se, e plantaram para colher. Foi um início de engodo, muita falácia, e muitas maracutaias, vez que tiveram que dividir o bolo, em alguns momentos, para não naufragarem. Até velhos companheiros foram e estão sendo sacrificados para que o idealizador maior não fosse também atingido.

Felizmente a bola rolou, atropelando muitos que se refestelavam até que a canoa furou, fazendo água e colocando seus navegantes em dificuldades. Com os fios desencapados, os choques foram ramificados em quase todos os partidos, chamuscando a grande maioria dos seus atores e atrizes.

Entende-se por aí que milhares de sujos estão falando dos maus lavados que estão malocados em muitas ´bimbocas`. Mesmo assim grupos estão tentando sobreviver, agarrando nos galhos que estão encrustados na correnteza da malversação desenfreada.

Nesta ânsia de sobrevivência estão muitos políticos e outros ramificados. Os petistas estão nos estertores da morte anunciada, muito embora o seu líder maior saia gritando (e carregando vários processos) que é o maior dos honestos que percorre este imenso Brasil.

Ele próprio, para fugir das sombras do infortúnio tem extrapolado ao se dizer candidato e ao ameaçar que, uma vez eleito, mandará “prender” aqueles que os criticam. Sua fala, certamente, é a de alguém acossado por centenas de denúncias que poderão, ao longo dos processos, levá-lo ao cárcere.

“Mas, por outro lado, explicita o seu verdadeiro conceito de democracia, mais para caudilho ou até ditador. Isso, quando vem acompanhado de mobilizações populares, pode significar algo não condizente com tudo o que se tem pregado nesse país desde a redemocratização de nossa nação” colocou um articulista.

Como colocou o ex-presidente FHC, a pinguela (Michel Temer) não tem resistência, muito embora seja uma maneira sútil de buscarmos novas alternativas, sendo até mesmo o retorno do militarismo.

Do jeito que está é que não pode ficar, pois viver em um País onde temos julgadores sendo escolhidos pelos julgados, passa a ser uma aberração.

Permita-me o Guerrilheiro das Palavras repercutir tema de tão profunda relevância, dado, principalmente, a acontecimentos de fatos que afloram aos dias atuais, lembrando que a República Federativa do Brasil – RFB, tem por alicerce institucional os poderes Legislativos, Executivo e Judiciário; poderes independentes, porém, harmoniosos entre si, são responsáveis pela manutenção democrática do país, com a necessária convivência pacífica que se estende a todos os que habitam a Terra de Santa Dulce; sejam natos, naturalizados ou refugiados madurenhos.

Recentemente nosso país foi comparado a um caldeirão que, conforme Aurélio Buarque, é a escavação que as águas fazem nas rochas, no qual (caldeirão) encontram-se ouro e diamante.

Neste momento de turbulência político/econômica por que passa o Brasil, que líquido incolor estaria escavando esta Rocha de oito milhões e meio de quilômetros quadrados? E com que intenções? Onde estaria sua nascente? Por acaso estão plantando ao longo de seu curso parte de uma ideia, de uma doutrina, em forma de esfera, com o objetivo de vê-la florescer e sua rama alastrar-se até aos jardins do Crepúsculo Matutino?

A afeição a ditos populares e a certos comparativos é marca da diversidade cultural brasileira, e para não fugir à regra, cito aqui: “Cará quando acha terra boa dá que racha!”. “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!”. Ah!… “Se o papa é argentino, Deus é brasileiro!”…

Estudiosos do comportamento humano chegaram a uma triste conclusão: Atitudes de certos dirigentes e dirigidos também, do mundo democrático, são vistas como verdadeiros espetáculos; o que nos leva a perguntar: – Que nome se dava, ou se dá, ao local próprio para apresentações de espetáculos de acrobacias e equilibrismo, mágica… Inclua-se aí encenações egocentristas, onde cada um de per si, procura arrancar mais e mais aplausos de uma plateia alienada? Circo… Seria está a resposta? Se o for, a democracia teria sofrido algum tipo de mutação?

Finalizo deixando registrada citação de Paulo (o outro) em sua primeira epístola aos coríntios, capítulo 1°, versículos 10, 11 que diz: “Rogo-vos irmãos, pelo nome de nosso senhor Jesus Cristo, que falais todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões, antes sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós”.

Nico Miranda Jornalista escritor, Anistiado Político

Seja o primeiro a comentar sobre "PAULO BATISTA – “O GUERRILHEIRO DAS PALAVRAS” (V)"

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado.


*