BENESSES DO PODER – Em ano de pandemia, deputados federais de MT gastam R$ 10,2 milhões

Foto: Reprodução

Bezerra e Barbudo foram os que mais gastaram com verbas de mandato

LEANDRO TRINDADE E EUNICE RAMOS
TV Centro América

Cada um dos oito deputados federais de Mato Grosso gastou mais de R$ 1 milhão em 2020 com o pagamento de assessores, postagens em redes sociais, combustíveis, diárias em hotéis e passagens aéreas. Os dados estão disponíveis para consulta no Portal da Transparência.

O Instituto Operação Política Supervisionada, que fiscaliza o uso das verbas e cotas parlamentares, cobra explicações de alguns deputados de Mato Grosso quanto às notas fiscais apresentadas na Câmara Federal. O diretor do instituto, Lúcio Big, afirma que o sistema de fiscalização da Câmara dos Deputados quanto aos gastos com a cota parlamentar precisa ser aprimorado para evitar o benefício pessoal, com uso de recursos que são públicos. Os deputados recebem salário de R$ 33.763,00 por mês e tem direito a uma série de benefícios, entre eles a verba de gabinete e a cota parlamentar.

A verba de gabinete é utilizada para o pagamento dos salários dos funcionários nomeados nos gabinetes e o limite mensal é de R$ 111.675,59. Já a cota é disponibilizada para gastos necessários para o exercício da função parlamentar.

Entre os gastos declarados na cota estão material de escritório, passagens aéreas, combustíveis, alimentação, diárias de hotéis, entre outros. Carlos Bezerra, do MDB foi o que mais gastou em 2020, tanto com verba, com a cota. Foram de R$ 1.002.145,99 de verba de gabinete e R$ 447,614,03 de cota parlamentar.

Nelson Barbudo, do PSL, foi o segundo que mais usou os benefícios: R$ 1.328.893,17, entre cota e verba de gabinete, seguido de Neri Geller, R$ 1.265.894,06. Os três foram os que mais gastaram em 2020, mas nenhum dos deputados de Mato Grosso gastou menos que um milhão, somadas cotas e verbas.

José Medeiros gastou R$ 1.260.722,94; Juarez Costa, R$ 1.245.300,74; Rosa Neide Sandes, R$ 1.237.760,19; Leonardo Albuquerque, R$ 1.233.398,41, e Emanuel Neto, 1.098.490,92.

A reportagem entrou em contato com os deputados. Emanuelzinho disse em nota que foi um dos menos gastou com a cota parlamentar e reduziu em 10% o uso da cota parlamentar se comparado com 2019.

Leonardo afirmou, em nota, que é um dos mais econômicos, entre os deputados federais de Mato Grosso e ressaltou que apesar das sessões terem sido online, na maior parte do ano, manteve o atendimento em Brasília e as viagens no estado para conferir os problemas relatados pelos moradores.

Rosa Neide disse que mantém os assessores trabalhando de forma remota devido à pandemia do novo coronavirus e que mantem um escritório parlamentar na capital para o atendimento ao público e que economizou 50% em relação aos gastos de 2019. Já Juarez Costa disse que manteve os trabalhos apesar do ano atípico e que por isso os gastos não foram reduzidos.

Carlos Bezerra e Neri Geller não responderam aos questionamentos.

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