O (necessário) pacto anti-Covid-19

A cada dia torna-se mais premente a necessidade da união nacional. No ponto mais agudo da Covid-19, encontramos prefeitos mais ousados atuando com maior severidade que os governadores ao impor quarentena às respectivas populações, e outros – como os da região metropolitana de São Paulo – pedindo ao governador a implantação de lockdown em toda a área. Empresários lutam pelo direito ao trabalho, operadores do Direito invocam o artigo 5° da Constituição e o regime democrático vigente, e a Justiça emite ordens, tanto para fechar quanto para abrir os negócios. A superlotação dos hospitais e as mortes avolumam-se, ao mesmo tempo em que a economia claudica, provocando o encerramento de empresas, desemprego, fome e até suicídios.

O momento – de altíssima fragilidade sanitária, econômica e, principalmente social – exige o empenho de todos em busca do reequilíbrio. É prejudicial ao conjunto da sociedade continuar convivendo sob o embate entre as diferentes correntes de pensamento quanto ao flagelo epidêmico. A verdade absoluta é que o virus está presente e cada dia mais letal, já matou quase 300 mil brasileiros e está levando a óbito mais de 2,6 mil a cada 24 horas. Não podemos continuar perdendo tempo com divergências que possam desviar a atenção do objetivo principal que é o atendimento aos adoecidos e a vacinação dos demais, já que a vacina, apesar do pouco tempo passado de sua elaboração, é a única solução cientificamente aceita. A propósito, chegou a minha vez, e hoje tomei a primeira dose da vacina.

No ano passado sob a pandemia, ocorreram problemas que não podem se repetir, principalmente os desvios de recursos, seja para outros fins mesmo que lícitos ou, principalmente para a nefasta corrupção. Já estamos partindo para o quarto ministro da Saúde e o governo federal, além de experiência, também é o detentor da principal fonte de recursos para enfrentar o coronavirus e suas consequências. Os governadores também já tiveram a oportunidade de experimentar e têm hoje a obrigação de abandonar tudo o que deu errado e buscar os meios mais eficientes de solução. Só os prefeitos ainda têm a desculpa do noviciado, mas como antes da posse (corrida em janeiro), na condição de cidadão, viram tudo acontecer, também devem se apressar.

A grande tarefa desse momento é usar todo o conhecimento adquirido para conter o avanço da infestação, socorrer os já infectados e levar a Covid-19 à extinção entre nós. É uma obra de união e salvação nacional. Além do pessoal da Saúde e dos governos – federal, estaduais e municipais – também deve ser envolvida a sociedade através de suas forças vivas e até dos cidadãos individualmente. Ninguém pode ficar fora dessa batalha, pois isso abre o risco de perenização do virus. Os governos têm o dever de providenciar os recursos materiais e especializados, o empresariado, quando puder, contribuir nas quarentenas e na conscientização da população quando aos cuidados sanitários pessoais (o tão divulgado e pouco aceito usar máscara, não aglomerar e lavar as mãos seguidamente) para evitar a proliferação.

Os empresários, que já vêm penando por não poderem produzir, têm de ser socorridos de forma que seus negócios não pereçam. Isso é tarefa da área econômica dos governos através do crédito especial, desoneração fiscal e outras medidas que permitam a manutenção dos negócios durante o período em que for necessária a interrupção para o corte da linha viral. Precisamos de um grande pacto nacional. Sem ele, continuaremos enxugando gelo e perdendo preciosas vidas em cuja formação para o mercado e a vida nacional o país e as famílias investiram por anos a fio e hoje vêem se esvair sem ter cumprido o ciclo. Unam-se todos, pelo Brasil e por cada um de nós, os brasileiros!…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) aspomilpm@terra.com.br

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