Córrego Avoadeira: potencial a ser conservado

O dia do meio ambiente (05/06) é uma data em que muitos direcionam a sua atenção para a questão ambiental, contudo será que um dia basta para pensarmos sobre as questões ambientais? Sendo um pouco crítico podemos com certeza afirmar que não. Vejamos dois exemplos simples para demonstrar que precisamos preocuparmo-nos com o meio ambiente todos os dias.

O primeiro exemplo precisamos do ar todos os dias, na verdade a cada segundo, e disso decorre a necessidade de cuidarmos das florestas, matas e cidades. O outro exemplo é sobre a água, este elemento é essencial a vida, utilizamo-la para beber, cozinhar, cuidar da casa e tantas outras coisas, inclusive no trabalho, na indústria e na agricultura.
E a respeito das águas, Barra do Garças é um lugar privilegiado, temos o Rio Araguaia e Garças que são grandes rios, com importância social, ambiental, cultura e econômica, temos outros corpos hídricos, que embora menores, são igualmente importantes. E é sobre um desses que falaremos especificamente.

O córrego Avoadeira nasce no alto da Serra Azul, no interior do Parque Estadual que leva o nome da serra. Este córrego é conhecido porque forma a Trilha das Cachoeiras (Cachoeira da Porteira, Cachoeira da Usina, Cachoeira Pé da Serra), que são muito frequentadas por banhistas e trilheiros. Mas já se perguntou se essa água é adequada para banho?
Para nossa alegria, sim, está água é adequada para o banho e o Parque Estadual da Serra Azul neste quesito tem cumprido primorosamente a sua função ambiental, prestando um serviço de valor inestimável. Nós do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Araguaia juntamente com Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT) Campus Barra do Garças e Policia Técnico Científica (POLITEC) realizamos várias análises para afirmar o que foi dito acima.

O presidente do Comitê Clodoaldo Carvalho Queiroz, os professores doutor Marco Antônio Vieira Morais e mestre Ângelo Florentino Fernandes obtiveram resultados interessantes: A temperatura da água variou aproximadamente entre 17 e 24 °C, sendo as temperaturas mais baixas encontradas na Cachoeira da Porteira, o PH é ácido com valor variando de 4 a 5 em todo o curso, assim como o PH, o oxigênio dissolvido (OD) apresentou-se constantes (OD entre 5,20 a 5,60 ppm) entretanto, o parâmetro de condutividade elétrica na foz do córrego do monjolo, canal urbanizado e fechado, mais que setuplicou (CE de 4 passou para 31) indicando que o córrego do Monjolo apresenta vazões irregulares de efluentes domésticos em função da maior carga de sedimentos orgânicos descarregadas no curso do Avoadeira.

Quanto à qualidade microbiológica, embora tenha sido encontrada presença significativa de Escherichia. coli (E.coli), que possivelmente existe porque há presença de muitos animais silvestres de sangue quente que utilizam o rio para dessedentação, travessia e deslocamentos. Sendo, portanto, uma ocorrência natural.

Visualmente o corpo hídrico está conservado até encontrar o afluente monjolo, contudo, encontra-se rotineiramente resíduos deixados por visitantes, principalmente, junto a cachoeira “Pé da Serra” e na área do “Lajedo”, ambientes de maior uso. Ciente, do valor turístico e social que esses cenários proporcionam se faz necessário estabelecer um plano de uso harmônico e controlado que potencialize sua recreação sem danificar o meio. Pois são valores importantes para a qualidade de vida em nossa cidade. Outrossim, até que haja mais estudos, não é recomendado o consumo de peixes ou banho no córrego Avoadeira, após os limites do Lajedo.

Comitê da Bacia dos Afluentes do Alto Araguaia

1 Comentário sobre "Córrego Avoadeira: potencial a ser conservado"

  1. Excelente texto e muito bem escrito. Parabéns por disseminar notícias concretas e corretas. Devemos nós cidade e campo dividir o cuidado com o meio ambiente, cada um fazendo sua parte.

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