DESAFIO UNIVERSITÁRIO – Irmãos de Barra do Garças vencem semifinal estadual

Os vencedores da semifinal estadual (de camiseta branca) com a equipe do Sebrae (de preto). Foto - Rodrigo Lorenzon

Os 4 vencedores de Mato Grosso participam da grande final, em Brasília, de 07 a 12 de abril.

Cuiabá/MT – Um final de domingo carregado de emoções. Assim foi a semifinal estadual do Desafio Sebrae Universitário Empreendedor ciclo 2016, no último final de semana, de 17 a 19/03, em um hotel em Cuiabá. Dos 28 participantes, sete eram de Barra do Garças, município a 500 km de Cuiabá. Dos sete, três venceram a etapa estadual, os irmãos Walisson e Thalysson Santos Duarte, de 20 e 21 anos, estudantes de biologia e química, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que ficaram em primeiro e terceiro lugar, respectivamente; e Matheus Henrique Gonçalves, 18, estudante de administração na PUC, quarto lugar. O outro vencedor foi Deógenes Pereira Silva Junior, 23, no último semestre do curso ciência da computação, da UFMT, conquistou a segunda colocação.

Para Deógenes, que já participou de outras competições com foco em empreendedorismo, como a Células Empreendedoras, a metodologia do Sebrae conseguiu se diferenciar porque tem mais rigor na concepção. “Na segunda atividade, sobre negociação de laranjas, pudemos ter uma visão mais profunda do mundo empreendedor e vimos que uma negociação não pode ser só de ganho financeiro, mas é uma construção”, descreveu logo após a premiação.

Radiantes, os irmãos Walisson e Thalysson festejaram o fato de poderem ir juntos para Brasília disputar a final. “Vai ser difícil, mas muito interessante”, ressalta Wallisson, encantando com experiência em Cuiabá. “Achei incrível, não conhecia o Canvas e gostei muito. Além disso tem a pressão, que torna tudo ainda mais emocionante, sem falar nas divergências de opiniões, o que também é muito bom”, descreve.

Já Thalysson, que participa do Desafio Universitário Empreendedor pela segunda vez, disse que ficou mais centrado e com um objetivo mais definido. Sobre a participação no Desafio, disse que em sua área, a química, tem poucos empreendedores e que seu projeto é montar uma empresa depois de formado – está no terceiro ano do curso.

“Minha expectativa com relação a Brasília é primeiro aprender muita coisa nova, mas vou com tudo e com muita vontade de ganhar”, resumiu.

Matheus disputou pela primeira vez o Desafio e já se disse disposto a repetir a experiência. Estudante de administração, reconheceu na metodologia os princípios de seu curso e profissão, como persistência e controle. “Sou apaixonado por criar novos negócios, ser inovador, esse é um mundo que me atrai muito”, resume.

Roberto Dhamer, gerente de Empreendedorismo do Sebrae MT, incentivou os participantes a se inscreverem nas próximas edições. “A persistência é um dos comportamentos empreendedores”, destacou, relatando um pouco do trabalho que o Sebrae desenvolve em prol da educação empreendedora, entre eles o próprio Desafio e o Projeto Educação Empreendedora Sebrae, que vai atender cerca de 40 mil estudantes em 2017. “Temos que mudar o modelo de educação no Brasil. No mundo desenvolvido, o empreendedorismo faz parte da educação de base”.

Além dos alunos, o Desafio Universitário Empreendedor premia também professores de instituições de ensino superior que contribuíram para a difusão do empreendedorismo no Estado. A vencedora desta edição é a professora Patrícia Cristiane Cristiane Souza, que ministra a disciplina empreendedorismo e Informática nos cursos de computação, no Instituto de Computação da UFMT. “Cria” do Sebrae, para ela o empreendedorismo é uma questão mais comportamental do que técnica. “A troca de experiência, a pressão, a competição, tudo isso é muito bom para o aluno se desenvolver”, avalia, acrescentando que no ciclo 2015, três vencedores da semifinal estadual eram do Instituto de Computação da UFMT, de Cuiabá.

 ‘Salva’ pelo Desafio

Em meio aos participantes da semifinal estadual do Desafio Universitário Empreendedor, uma história de vida chamou a atenção.

A oficial de Justiça Ana Paula França Silva, 28 anos, estudante do curso de administração da Unemat (Universidade Estadual de Mato Grosso), estava   tratando de uma depressão grave, quando seu irmão sugeriu que se inscrevesse no Desafio. “Sempre gostei de empreender, mas não sabia a parte técnica. Me inscrevi e em 40 dias já estava entre os primeiros. O Desafio era o estímulo que eu tinha para levantar todos os dias”, confessa, feliz por ter vencido as dificuldades da doença.

“Gostei muito do estímulo para exceder os limites, sair da zona de conforto, me superar. Tudo isso me ajudou a melhorar como pessoa, a interagir mais. Para alguém que era completamente antissocial, é um avanço”, constata, acrescentando que a melhor parte foi, sem dúvida, a sinergia com os membros da sua equipe.

Ao lado de Patrícia Germano, de Várzea Grande, e Leonardo Garcia, de Cuiabá, criaram um negócio que pretendem implementar na vida real – uma loja para comercialização de smartwatch mais acessível com a função de localizar crianças. Segundo levantamento que fizeram, cerca de 40 mil crianças se perdem no Brasil anualmente.

Ana Paulo mesmo viveu essa experiência traumática com o filho, que é autista. “Em princípio, a ideia é atender apenas crianças especiais, mas vimos que o problema atinge muito mais gente”.

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