A anorexia em diferentes fases da infância

Desde a infância, a alimentação é uma das principais chaves para a garantia de bem-estar físico, mental e emocional. Mas, apesar de todos os cuidados, as crianças podem desenvolver diferentes tipos de transtornos em seu desenvolvimento, e a anorexia, mais comum do que se imagina, pode ser um deles.

As causas do distúrbio alimentar na infância nem sempre são equivalentes na fase adulta, quando geralmente estão envolvidas questões estéticas que levam a um emagrecimento forçado e, consequentemente, ao desenvolvimento da doença. Bebês de colo que apresentam recusa na alimentação ou dificuldade no próprio desenvolvimento podem apresentar um quadro de anorexia precoce. Apesar de não ser comum, esse tipo de transtorno deve ser investigado a fundo. Em geral, essa precocidade serve como sinal de alerta para investigação de problemas mais graves como autismo e psicose.

Passada a fase do colo, a anorexia que se desenvolve é sempre considerada de origem multifatorial, podendo existir por componentes orgânicos ou por questões psicológicas. Antes de tudo, é necessário que a criança passe por uma bateria de exames e descarte possibilidades de que esse transtorno esteja associado a doenças graves como cardiopatia.

Segundo Dra. Flavia Escrivão, psicanalista, especialista em psicologia clínica e membro do departamento científico de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), na infância, a alimentação é permeada não só por questões fisiológicas, mas também pela afetividade que temos com nossos cuidadores. Para as crianças, a comida não é apenas fonte de energia, mas representa um momento de vínculo com quem as alimenta.

 “Em geral, a anorexia na criança se manifesta apontando para uma dificuldade do vínculo do cuidador com essa criança. É necessário que se entenda o que está acontecendo dentro dessa relação. As patologias são formas de expressar alguma angustia sentida pela criança”, explica a dra. Flavia.

Além disso, a anorexia na infância pode ser classificada como simples quando o quadro se estabelece por algum evento especifico da vida da criança como o desmame, a ansiedade da mãe na introdução alimentar ou alguma internação passageira. Nesses casos, na maioria das vezes, a intervenção do pediatra já é suficiente para melhora do caso.

Já a anorexia grave seria a persistência desse quadro. “A principal causa, depois das patologias, é realmente esse relacionamento que se estabelece entre cuidador, criança e alimento. A anorexia que persiste aponta para esse problema”, reforça.

Na adolescência, a anorexia afeta em maior número as meninas no início da puberdade devido ao início das mudanças corporais. A mesma influência daquilo que é produzido como conceito de beleza passa a atingir as garotas de 12 anos. “Tem sido observado que os quadros têm aparecido cada vez mais cedo, por causa desses padrões estéticos que passam a ter mais peso a cada dia”, afirma.

Em todos os casos, o acompanhamento médico é extremamente importante. Em casos mais críticos como a anorexia precoce, anorexia grave e na adolescência é importante que aconteça o acompanhamento psicológico, visto que estão, na maioria das vezes, vinculados à questões psicológicas.

ESPAÇO MÉDICO

APM promove XV Congresso de Medicina do Sono

Nos dias 12 e 13 de maio, a partir das 8h, a Associação Paulista de Medicina (APM) promove o XV Congresso de Medicina do Sono. Devido ao grande número de médicos inscritos nas outras edições, pela primeira vez será realizado no Centro de Convenções do Hotel Maksoud Plaza (Rua São Carlos do Pinhal, 424, Bela Vista, São Paulo) e não na sede da Associação.

O Congresso abordará temas diversos como clínica geral, neurologia, pneumologia, psiquiatria e pediatria, entre outros. Nessa edição, a ênfase maior, segundo o presidente do congresso, Maurício da Cunha Bagnato, será nas novas terapêuticas dos distúrbios do sono.

O objetivo principal do evento é a atualização no diagnóstico e tratamento das principais doenças do sono. “Nossa proposta é organizar um evento de alto nível médico-científico, que seja atraente para todos os médicos do país, tanto para os que desenvolvem atividade assistencial como para os que atuam na área acadêmica da Medicina do Sono”, reflete Maurício.

Além do Comitê Científico do Sono da APM, o congresso conta com o apoio da Sociedade Paulista de Medicina do Sono (SPMS), Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS), Associação Brasileira do Sono (ABS) e Associação Brasileira de Odontologia do Sono (Abros). Para mais informações e inscrições, acesse http://associacaopaulistamedicina.org.br/atualizacao-medica/eventos

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